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Benefícios que a leitura propicia à saúde

Com lágrimas a brotar-lhe dos  olhos e notória indisposição a consumi-la o ser, Weza, soltou, num tom triste, trêmulas  palavras; tinha assistido a  mãe a ser atropelada. Este infortúnio resultou em morte imediata da progenitora e desde aquele ano, a minha amiga andava bastante deprimida. Fechou o seu círculo de diálogo e abriu-se para animosidade. No ano passado, ela surpreendeu-me com um SMS: “desejo sair deste mundo”!

Pela mesma via, seleccionei imediatamente alguns títulos e recomendei: “tens de lê-los com urgência e prazer!”. Dos seleccionados figuravam: “Vendedor de Sonhos e O Homem mais inteligente da história”  de Augusto Cury, “Undegue, Pano Preto da velha Mabunda, A Dívida da Peixeira e Chico Nhô”, todos de Jacinto de Lemos; “Mestre Tamoda, Bola com Feitiço, O Ministro, Manana, Vozes na Sanzala – Kahito e Maka na Sanzala”, obras  de Uanhenga Xitu. Quase três meses depois, ela enviou-me outro SMS a dizer que “estes livros são o máximo”. Já no mês passado, ela publicou na sua página: “o milagre dos livros”, apresentou um texto do género narrativo, de sua autoria, tendo concluído com as palavras “estou de volta”. Cerca de três dias depois, ela ligou-me, em gesto de agradecimento, imprimindo vivacidade na voz. Disse-me que sentia  como se tivesse passado por um processo de renascimento e que tivesse recebido uma soltura judicial.

Considerei a minha acção como uma simples intervenção de lazer e de amizade. Quando conversei com um amigo psicólogo, disse-me que eu tinha recorrido a uma técnica muito importante que se chama biblioterapia que  técnica  de acordo com o perito, tem a possibilidade de aliviar os níveis de estresses, sinais ou sintomas de distúrbios e evita ou reduz a perturbação emocional do indivíduo. Quer dizer que a leitura de um bom livro pode ser um processo terapêutico para sarar cicatrizes emocionais.

Os livros conservam vernaculidades, podem municiar-nos de várias aptidões e presenteiam milagres para quem os lê. Tenho um amigo que não perde tempo de me enviar mensagens quando se trata de livros sobre saúde mental. Em 2018, enviou-me um e-mail, era uma matéria sobre os benefícios que a leitura propicia  à  saúde, uma pesquisa feita pela Universidade de Sussex, em 2009. O estudo mostra imensos benefícios que a leitura, propicia à saúde. Refere-se que em seis minutos que se reserva para a leitura estimula-se  o cérebro e diminui até 68% o índice de estresse. David Lewis, neuropsicólogo que conduziu este estudo afirma o que  se”perde em um livro é o maior estágio de relaxamento possível”.

A Social Science and Medicine, um periódico sobre saúde, concluiu uma investigação em que sustenta que “ler constantemente aumenta o tempo de vida”. Já a Trends in Cognitive Sciences, outro periódico revela que a leitura traz consigo imensos benefícios, por exemplo, aumenta empatia quando somos moldados por boas leituras o nosso ser torna-se sensível, ajuda a percebermos bem os sentimentos de outrem e a possiblidade de tomarmos rumo melhor  para a nossa vida é maior.

O jornal Creativity Research Journal também apresentou um estudo em que seus resultados sustentam que a pessoa ligada à leitura fortalece suas capacidades de criatividade e de aperceber as coisas com muita facilidade. Em 2013, o Jornal of Neurology defende  que os hábitos de leitura conservam por muito tempo as capacidades da mente. Deste modo, reduzem a possiblidade de ter  Alzheimer na velhice.

A ideia do senso comum que se tem dos livros, sobretudo os do género literário é de nos proporcionar apenas momentos de lazer, activar criatividade, preencher-nos de léxico e criar-nos capacidade de estruturarmos bons discursos, quer na perspectiva escrita, quer na oratória. Está muito longe de muitas pessoas pensarem que ler constitui fonte de uma vida saudável. Podemos, então, concluir, nos estudos acima apresentados,  que a leitura de um livro tem o poder de diminuir várias doenças ou de aliviar depressão que assola a nossa sociedade.

Neste domínio, as crianças, os idosos e os jovens são os mais vulneráveis. Há muitas crianças e jovens em diversas artérias desta Luanda a parecer enfermos ou alucinados, que por vezes, afinal podem retomar a vida normal com saúde ou lucidez  se tiverem a  actividade de leitura activa. O Estado com o programa Nacional de leitura deve  implementa-lo em vários lugares do país para sanar os problemas básicos dos jovens que deambulam nas ruas. Além disso, depois da Covid-19 nossos cérebros estão perturbados, precisamos de leituras que nos serene as mentes. Embora ler seja uma actividade individual, o Estado pode criar programas de incentivo à leitura em diversos escalões.

Se o Executivo aumentar o nível de apoio à produção do livro, a distribuição, criação de incentivo para o mecenato, da bolsa de criação literária e da política do fomento da leitura, estaria a fazer um investimento dublo: a desenvolver a cultura e a prevenir doenças ou a curá-las. Afinal, os livros são também um médico mudo.

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