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Brasil: Justiça ordena intervenção da polícia para desbloquear estradas cortadas por apoiantes de Bolsonaro

Há bloqueios de estradas em pelo menos 25 dos 27 estados. Entre as vias cortadas encontrava-se a Via Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo e que regista maior volume de tráfego do Brasil.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral ordenou à Policia Rodoviária acções imediatas para desobstruir os bloqueios de estradas em vários pontos do país, num protesto de camionistas apoiantes do Presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições presidenciais.

Em resposta a um pedido da Confederação Nacional dos Transportes e do vice-procurador geral eleitoral, Alexandre de Moraes, disse ainda que, caso não tome providências, o director da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, apoiante de Bolsonaro, pode mesmo ser detido e afastado do cargo por desobediência.

Entretanto, o ministro da Justiça brasileiro, Anderson Torres, indicou ter determinado “um reforço de efectivo e de meios de apoio, a todas as acções possíveis para normalização do fluxo nas rodovias, com a brevidade que a situação requer”.

Bloqueios e interdições de estradas estão a afectar pelo menos 25 dos 27 estados do país.
A Esplanada dos Ministérios em Brasília, espaço que concentra as sedes dos três poderes do Brasil, encontra-se encerrada de forma a impedir a invasão de camionistas apoiantes de Jair Bolsonaro, que estão em protesto pelo resultado das eleições.

Os manifestantes, que bloquearam as estradas com camiões ou queimaram pneus, protestaram contra a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva e alguns pediram “uma intervenção” das forças armadas em defesa de Bolsonaro.

A Polícia Rodoviária já tinha sido acusada pela campanha de Lula da Silva de ter promovido, no domingo, operações stop, principalmente no interior da região do Nordeste, bastião de Lula, para impedir eleitores de votar.

Responsável por assegurar a livre circulação nas estradas, a Polícia Rodoviária Federal não tomou até agora qualquer medida para remover os camiões e alegou estar à espera que a Procuradoria-Geral do Governo peça aos tribunais uma ordem para remover os manifestantes.

Este protesto, inorgânico e sem líder, já foi condenado por proeminentes apoiantes de Bolsonaro ligados à agropecuária e à indústria de transportes, como a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA).

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