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Leilão de gado rende mais de 75 milhões de kwanzas aos criadores de Benguela

O leilão de gado realizado pela Cooperativa dos Criadores de Gado de Benguela (CCGB), no espaço adjacente ao Estádio Nacional de Ombaka, no último domingo, rendeu mais de 75 milhões de kwanzas.

Do total, 70 milhões e 33 mil kwanzas resulta do leilão de gado bovino e cinco milhões e 448 mil kwanzas de suíno, caprino e equino,  bem como de aves.

Foram leiloados bovinos de raça simmentaller, nelore, mix brahman, holsten, bonsmara, nelore mix, guzerá, mix, brahman vermelho, holands, girolande, além do tipo regional de criadores tradicionais.

Os dados foram apresentados ao Jornal de Angola, pelo porta-voz do leilão.

Victor Panzo informou que participaram mais de 250 expositores.

Dos 500 animais expostos na feira, 300 (entre bovino, caprino, cavalos e aves) foram leiloados e o restante foram rubricados termos de contratos de compra a serem efectivados a posterior.

“Há pré-contratos que foram estabelecidos na feira e os pagamentos serão feitos a posterior”, garantiu, acrescentando que todos os expositores venderam, ao que considera salutar.

Aulas práticas

Víctor Panzo informou que o evento serviu, também, para os professores dos cursos de Agronomia de diversos institutos médios e superiores realizarem aulas práticas.

Conforme referiu, muitos jovens conseguiram ainda o seu primeiro emprego directo e indirecto na Feira.

Em paralelo com a Feira do leilão de gado, decorreu, no mesmo recinto, a 8ª edição da Feira denominada “O mercadão”, certame este que antecede a Feira Internacional de Benguela (FIB) e junta, também, além dos produtos do mar (peixe e sal), máquinas e produtos do campo.

O porta-voz do evento, Victor Panzo, explicou que foram, também, feitos bons negócios no Mercadão, com a compra de máquinas diversas e produtos, cujo valor arrecadado ultrapassa 300 milhões de kwanzas. Garantiu que boa parte do valor foi pago.

“O nosso balanço é positivo. O total do volume de negócio feito ronda cerca de 500 milhões de kwanzas, entre a venda de animais, produtos agrícolas e maquinas”, garantiu.

Durante três dias, o recinto adjacente ao Estádio Nacional de Ombaka, onde decorreu, simultaneamente, a 5ª edição da Feira do Gado e a 8ª do Mercadão, recebeu a visita de mais de 3.500 pessoas.

Víctor Panzo afirmou que o certame atingiu os objectivos preconizados, porque todos venderam o que trouxeram. Adiantou que Benguela vai voltar a fazer feira igual nos dias 10 a 12 de Novembro.

Governo apoia iniciativa

O governador provincial de Benguela, Luís Nunes, mostrou-se satisfeito com os objectivos preconizados pelos participantes.

Luís Nunes disse estar satisfeito com a qualidade dos ânimos expostos e a presença massiva dos criadores e fazendeiros.

Para o governador, o desenvolvimento da pecuária representa uma fonte de riqueza e estabilidade, dada a sua importância no melhoramento do nível de vida, na luta contra à pobreza e o êxodo rural, assim como no abastecimento dos grandes centros urbanos nacionais.

“São visíveis o crescimento e a evolução positiva, fruto dos investimentos feitos pelos empresários do sector, na criação e optimização de fazendas e centros de produção, aquisição de animais reprodutores, equipamentos e assessoria especializada”, enalteceu, tendo reassumido o compromisso do Executivo de continuar a apoiar os operadores do sector.

O governador Luís Nunes destacou o impacto das infra-estruturas em áreas do interior, que considerou de profundo e não só, tanto na criação de postos de trabalho, como também, na partilha de conhecimentos científicos com as comunidades pastorícias locais.

Segundo afirmou, os ganhos resultam na mudança de condições de sanidade do rebanho autóctone e na abertura de canais de escoamento e comercialização, o que está a contribuir para a melhoria de vida das populações das áreas envolventes, onde o gado constitui uma das grandes riquezas, desempenhando, também, um papel primordial do ponto de vista sociocultural, das mesmas comunidades rurais.

 Pelas condições naturais e geográficas da região, referiu o governandor provincial de Benguela, o sector representa enormes vantagens competitivas para a diversificação da economia nacional, tendo defendido, por isso, ser fundamental seguir um plano de desenvolvimento em que o Estado tenha um papel impulsionador e o sector privado venha a ser o grande actor.

Exortou os empresários do sector agropecuário e pesqueiro da importância de aprimorar os mecanismos de organização, no sentido de se constituírem elegíveis no âmbito dos grandes programas gizados pelo Executivo, designadamente o PLANAGÃO, PLANAPECUARIA e, de igual modo, o PLANAPESCAs, que segundo lembrou, se afiguram como catalisadores para que as actividades económicas desenvolvidas a nível do empresariado local se tornem mais robusta, suficientemente capazes, para a sua capitalização e estabilidade económica, bem como fomento da criação de emprego, onde a juventude deve ser a maior beneficiária.

Linhas de apoio

De acordo com o governador Luís Nunes, as linhas de apoio e financiamento à economia e produção nacional, lançadas pelo Executivo, são uma realidade, o que está a incentivar os empresários a constituírem candidaturas estruturadas e viáveis, a fim de financiarem os respectivos projectos de desenvolvimento da produção.

Segundo Luís Nunes, os ganhos estão também a permitir materializar as acções contínuas de diversificação da economia, com vista à redução da ainda acentuada dependência da “nossa” economia ao sector petrolífero.

“A pecuária desempenha um papel fundamental na geração de empregos, na movimentação da economia local e no fornecimento de produtos de alta qualidade para a população”, reconheceu Luís Nunes.

Participaram, de igual modo, da 5ª edição da Feira de Gado, enquadrada nos 406 anos desde que Benguela ascendeu à categoria de cidade, celebrada a 17 deste mês, fazendeiros provenientes das províncias do Cuanza-Sul, Cunene, Huíla, Namibe, Huambo, Cuando Cubango, Luanda e Malanje.

JA

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