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Angola e Rússia discutem alargamento da cooperação no sector cultural e económico

A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, recebeu, segunda-feira em audiência, o embaixador da Rússia em Angola, Vladimir Tararov, com quem abordou questões relacionadas com o reforço da cooperação entre os dois países, com destaque para os sectores Económico e Cultural.

 Em declarações à imprensa, no final da audiência, Vladimir Tararov definiu o encontro com a Vice-Presidente de excelente, na medida em que foram discutidos assuntos relacionados com reforço das relações entre Angola e Rússia, nos vários domínios de cooperação, sobretudo, cultural, humanitário e económico, que disse serem os mais importantes, neste momento, para os dois países.

O diplomata russo apontou a Economia Agrícola como um dos sectores fundamentais para alavancar as trocas comerciais entre a Rússia e Angola, destacando as potencialidades das províncias que visitou, como Benguela, Huíla, Huambo e Namibe, que, disse, carecem de financiamento para desenvolverem as suas economias, bem como o turismo e a formação de quadros.

“Estamos agora a preparar uma fábrica de produção de fertilizantes para Angola e claro que vamos trabalhar nos vários domínios. Este ano, visitei algumas províncias e posso dizer que as autoridades locais necessitam de ajuda e financiamento para desenvolverem não só as economias, mas também o sector do Turismo e formação de quadros”, referiu, apontando o Namibe, que pode apostar no turismo com as potencialidades de que dispõe.

“No Namibe, por exemplo, existem várias potencialidades para desenvolver o turismo. E nós ajudamos a publicitar, através da Internet, as potencialidades de Angola. Para o futuro, pensamos analisar com a TAAG a abertura de um voo directo, o que é também uma área de cooperação entre os dois países”, declarou.

Ainda no âmbito da Agricultura, Vladimir Tararov lembrou da visita do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia a Angola, em Janeiro deste ano, altura em que ficou patente que em cada país africano, incluindo Angola, existem terras férteis com possibilidade de crescimento de qualquer tipo de plantas, realçando, por isso, a disposição de empresas do seu país em fornecer sementes e plantas das regiões ecologicamente e climaticamente parecidas com Angola.

Sem avançar números, Vladimir Tararov referiu que o volume de negócios entre os dois países é baixo, mas significativo, uma vez que consiste apenas em fornecimentos para Angola. “Penso que temos que ultrapassar essa etapa porque com a pandemia do coronavirus a ligação entre os empresários tornou-se um problema, com o fornecimento de produtos alimentares e industriais”, frisou, acrescentando que a intenção é fazer um melhor intercâmbio, uma vez que o nosso país pode tornar-se auto-suficiente na produção e substituição dos produtos que importava, com a produção local.

“Nisso, vamos agora ajudar Angola a produzir mais localmente para que possam consumir e fornecer produtos alimentícios até para os outros países vizinhos”, declarou, defendendo que a melhor via para aumentar ou ampliar a cooperação, é produzir localmente, o que implica fornecer mais tecnologia, mais investimento e construção de complexos agro-industriais.

Vladimir Tararov falou também da intenção do seu país, através do Ministério da Educação, financiar a formação de quadros profissionais angolanos, com destaque para a juventude, uma vez que, com a formação profissional, pode aliviar o peso do desemprego e da pobreza. “Já fizemos isso com músicos angolanos, em que convidamos mais de 60 integrantes da Orquestra Kapossoka que hoje aprendem a sua mestria nos nossos estabelecimentos de ensino superior musicais”, informou, frisando também que o seu país está disponível para construir escolas para formação técnica.

Cimeira Rússia-África

Durante a audiência, foram, igualmente, abordadas questões relacionadas com a realização, de 26 a 29 do mês corrente, do Fórum Económico e Humanitário, que se realiza no quadro da Segunda Cimeira Rússia-África, cujo fito é diversificar a cooperação russo-africana, definindo, deste modo, o rumo do desenvolvimento a longo prazo.

“Antes de tudo, é uma Cimeira política onde os Chefes de Estado vão estar presentes no dia 28 deste mês, e que será precedida por um fórum económico e humanitário, dois eventos que vão dar uma possibilidade do empresariado dos vários países de África conhecer as realidades da Rússia. Mas vai ser um intercâmbio das possibilidades económicas e financeiras”, disse.

Sobre as relações entre os dois países, definidas de históricas, em que a Rússia, através da antiga União Soviética jogou um papel importante na ajuda ao crescimento e fortalecimento de Angola, Vladimir Tararov frisou que os tempos mudaram e que, hoje, o mais importante é que ambos os países precisam de uma parceria mutuamente vantajosa para o desenvolvimento da Indústria, da Economia e outros sectores.

Zoltis Maris

Noutra audiência, a Vice-Presidente Esperança da Costa recebeu o embaixador da República da Hungria, Zoltis Maris, com quem passou em revista questões atinentes ao fortalecimento da cooperação entre os dois países.

As relações de cooperação entre Angola e a República da Hungria foram estabelecidas em 1997, por via da assinatura do Acordo de Cooperação Económica e Técnico-Científica. De 1977 a 1981 foram assinados vários acordos nos domínios da Agricultura, Cultura, Comércio e Saúde.

Os dois países assinaram acordos de intercâmbio entre o Instituto de Relações Internacionais de Angola e o Instituto de Relações Interna- cionais e Comércio da Hungria, em Luanda, em 2018.

JA

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