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Executivo alarga atendimemento à tuberculose para 155 municípios

Angola registou uma redução no número de casos de tuberculose nos últimos dois anos, em comparação com 2017 e 2019, tendo baixado de 80 mil para 69.251, informou, terça-feira, a ministra da Saúde, no final da Sessão Ordinária da Comissão Nacional de Luta Contra o VIH-Sida e Grandes Endemias, orientada pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.

Destacou a necessidade de continuar a ser feita uma abordagem holística dos problemas do sector e uma revisão assertiva das acções como uma das recomendações.

Em declarações à imprensa, no final da sessão que analisou e discutiu, com profundidade, os determinantes sociais de saúde e ambientais, Sílvia Lutucuta informou que 310 mil pessoas em Angola vivem com o VIH, dos quais 190 mil mulheres e uma taxa de prevalência de cerca de dois por cento.

Sobre as grandes endemias que mereceram atenção da comissão, a ministra avançou que a malária teve um aumento de cerca de nove milhões de casos diagnosticados nos últimos dois anos e que continua a ser a principal causa de morte e mortalidade no país, destacando, igualmente, o absentismo laboral e escolar como elementos impactantes na vida das populações.

Segundo a ministra, os membros da comissão discutiram, também, sobre a Tripanossomíase, uma grande endemia no país, considerada doença negligenciada que, apesar de haver uma redução de casos em 2022, de 179 para 44, ainda constitui   preocupação em relação às formas de transmissão e controlo.

Sílvia Lutucuta fez saber que existe um plano estratégico da Comissão para o Combate às Grandes Endemias, em que cada sector tem atribuições específicas, sendo que as acções devem ser coordenadas.

“Estamos a ter estes encontros e as comissões técnicas nacionais e provinciais vão continuar a trabalhar para que ao nível sectorial possamos ter acções bem definidas para cada um”, referiu, frisando que as acções do seu pelouro passam pela promoção da Saúde, com a prevenção, tratamento e o diagnóstico precoce e investigação de doenças.

Disse haver várias acções em que a Comunicação Social joga, também, um papel importante, daí  a necessidade de continuar a educar as populações. Para a ministra, o grande desafio é a prevenção.

“Desde que o país passou de baixa para média renda, a principal fonte de financiamento é o Orçamento Geral do Estado. Temos alguns apoios de parceiros, mas não cobrem tudo. O Fundo Global financia apenas o combate de três doenças: a Malária, a Tuberculose e o VIH-Sida, neste momento, em duas províncias. Em 2024, prevemos adicionar uma outra província”, disse a ministra quando falava sobre a busca de recursos para o combate às endemias, sendo que o Estado continua a assumir com cerca de 80 por cento as despesas no combate de qualquer uma dessas doenças.

 
Vacina contra a Malária

No âmbito da Malária, disse que o Executivo continua comprometido com a prevenção e o reforço da comunicação, da educação com acções para a população e, desta forma, tomar medidas que possam ajudar a controlar a doença.

Sobre a aquisição da vacina contra a Malária, a governante afirmou que o Executivo está comprometido com a aquisição, na medida em que o sector foi aos mercados internacionais e, até à fábrica de vacinas, na Índia. Segundo a ministra, trata-se de um processo em curso, sem data fixa, mas que tudo vai ser feito para que o país tenha logo acesso.

“A vacina será usada apenas para crianças com idade inferior a três anos. No nosso seio e a nível internacional, as crianças (menores de cinco anos) são muito afectadas com a Malária e, às vezes, com complicações graves que levam à morte. A mortalidade em crianças é alta e nós precisamos controlar. A vacina é uma arma que temos, para além de outras medidas multissectoriais”, apontou.

Em relação à Malária nos últimos dois anos, disse, registaram-se cerca de nove milhões de casos. Houve, em 2021, cerca de 13 mil óbitos e em 2022 baixou para 12 mil óbitos. “Em relação a 2017 e 2019 houve uma redução, neste intervalo, de óbitos em cerca de 50”, frisou.

 
VIH-Sida

Quanto ao número de casos de VIH, Sílvia Lutucuta disse serem dados estimativos, uma vez que ainda existe a questão do estigma e discriminação. Acrescentou que estudos adicionais vão ser feitos para, brevemente, se realizar um novo inquérito de indicadores múltiplos, de modo a analisar a situação epidemiológica actual do país.

Referiu que houve uma expansão do diagnóstico precoce infantil e da carga viral, nas 18 províncias, num aumento considerável da testagem de 116 por cento, em comparação a 2017 e 2022.

Garantiu que, neste momento, existem fármacos para o combate da doença e que o desafio é incluir mulheres gestantes, vivendo com VIH-Sida, nos projectos sociais de empoderamento da mulher, implementados pelo Executivo.

Relativamente ao Plano Estratégico e Operacional, actualizado para o próximo quinquénio e alinhado com o movimento internacional “Aliança Global para acabar com o Sida em Crianças até 2030”, a ministra disse que o país saiu de uma taxa de transmissão de mãe para filho de 25 para 16 por cento.

Reiterou que Angola teve, durante três anos, a campanha “Nascer Livre para Brilhar”, em que se fazia um alerta e ajuda às mulheres a aderirem ao diagnóstico precoce e ao tratamento do VIH, liderada pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço.

“Do ponto de vista mais operacional, que tem a ver com os tratamentos e a vigilância epidemiológica e laboratorial pelo Ministério da Saúde, tivemos muitos ganhos com essa campanha. Tivemos muitas crianças que já nasceram livres para brilhar”, ressaltou, acrescentando que prosseguem as actividades de informar, sensibilizar as mulheres grávidas a fazerem a testagem voluntária e adesão ao tratamento, bem como o seguimento dos filhos para, na realidade, nascerem sem VIH.


Casos H1N1

Sobre o vírus H1N1, a ministra referiu que, nesta altura, o país tem registado um total de seis casos. “A sensibilização e a educação que está em curso tem surtido efeito. Temos várias unidades sanitárias, sentinelas, em que são feitas colheitas aleatórias de amostras em caso de doentes, com síndromes respiratórias agudos e desde a última comunicação, só houve registo de mais dois casos”, frisou.

Apelou à população a voltar aos bons hábitos adquiridos com a Covid-19, através do uso correcto da máscara e, em caso de manifestações sugestivas de gripe, procurar as unidades sanitárias mais próximas. “Desta forma, ajuda a cortar a cadeia de transmissão”, referiu.

Coordenada pela Vice-Presidente da República, a Comissão Nacional de Luta Contra o VIH-SIDA e Grandes Endemias foi criada por Despacho Presidencial e integra também os secretários do Presidente da República para as Autarquias Locais e para os Assuntos Sociais.

JA

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