Dezembro 30, 2024

A Expo-Dundo encerrou, neste domingo na Lunda-Norte, com um volume de negócios de cerca de 230 milhões de kwanzas, segundo a organização.

“Num balanço provisório sobre as vendas, diria que a Expo foi um grande sucesso”, disse ao Jornal de Angola, o coordenador da organização do evento.

Carlos Calas destacou não só a componente comercial, que superou os 200 milhões de kwanzas, inicialmente previstos, resultado da venda de cerca de 40 toneladas de diversos produtos agrícolas. O número de visitantes, calculado em 12 mil também superou as expectativas.

Além do número de visitantes e do volume de negócios, o coordenador observou a presença em massa de representantes dos dez municípios da província, devidamente acompanhados das suas potencialidades, nomeadamente produção agrícola local, pecuária, pesqueira e artesanal, Carlos Calas também destacou a comparência de operadores dos sectores do Comércio, Minas, Transportes, Banca, Seguros, Construção Civil, Indústria, Tecnologias de Informação e Comunicação.  E dos produtores das províncias de Luanda, Uige, Moxico, Malanje, Benguela e Cabinda.

Na opinião do coordenador da organização do certame, não houve qualquer retracção por parte dos produtores mesmo com a “aparente crise”, no total, foram cerca de 292 as entidades expositoras que marcaram presença nos cinco dias que durou o certame. Um dos pontos altos do certame foi a presença do vice-Governador para o sector Político, Social e Económico que inaugurou a Expo-Dundo no dia 12.

Reacção dos produtores

Osvaldo Muambumba, director-geral da Império Muambumba (sediada no Dundo), que opera no ramo da indústria gráfica, disse ao Jornal de Angola que a Expo-Dundo criou um espaço de convergência empresarial, admitindo que no futuro venha a ganhar estatuto de “maior bolsa de negócios da região Leste do país”.

“Os participantes estabeleceram   inúmeras parcerias e, por isso, perspectiva-se   a obtenção de lucros por via do fornecimento dos seus produtos e serviços”, refletiu.

Este raciocínio é também defendido pela representante da Gráfica do Leste (com sede em Saurimo, província da Lunda-Sul), Éudia Funete, para quem o evento “foi uma excelente oportunidade de expansão dos negócios da empresa”.

“Muitas pessoas e instituições não tinham conhecimento da existência da nossa empresa, mas agora passaram a conhecer-nos”, rematou Éudia Funete.

“Exposição é sempre exposição. Nós viemos aqui para vender a imagem e serviços da nossa empresa e conseguimos intercâmbios e parcerias com parceiros para os quais éramos desconhecidos”, vincou Celso Eduardo, director-Geral das Organizações Celso Dorotéia que há dez anos actua nos ramos da Construção Civil, Comércio e Transportes escolares.

Outro empresário que deixa o certame com um largo sorriso no rosto é Gole Asumani. O agricultor de nacionalidade maliana que desenvolve a sua actividade de campo no município do Lôvua na Lunda-Norte, levou para Expo-Dundo 800 quilogramas de milho. “Vendi tudo principalmente aos criadores de gado suíno”, disse.

Segundo ele, o evento o possibilitou-lhe estabelecer parcerias e “definir mercados para a venda de produtos agrícolas”.

Mas nem tudo são rosas para Gole Asuamani.  Proprietário de 200 hectares de terra, 30 dos quais cultivados, o agricultor que emprega actualmente 25 trabalhadores, possui

50 toneladas de milho e 15 de banana pão armazenadas sem condições de escoamento.  “A estrada terciária que liga o campo agrícola localizado na área do Txicuta 20 quilómetros da sede municipal do Lôvua, encontra-se em avançado estado de degradação. Daqui a pouco tudo estraga”, desabafa, antes de manifestar a vontade de montar uma fábrica de transformação do milho, para vender fuba nos mercados de consumo da Lunda-Norte e outros da região Leste.

O artesanato também marcou presença. Vindo de Benguela, depois de ter passado pela Feira do Uige, onde expôs cerca de 700 pares de calçado feitos de couro à mão, o artesão benguelense Edmar Andrade., afirmou que a    falta de uma fábrica de operações de processamento de couro cru e por extensão (curtumes) no país tem estado a criar muitas dificuldades aos artistas do sector.

“Temos tido prejuízos consideráveis, tendo em conta as dificuldades em conseguir divisas para aquisição da matéria-prima, nos mercados da Namíbia e África do Sul”, conta o expositior.

A 1.ª Expo-Dundo decorreu entre 12 e 16 do presente mês, na praça Samanhonga, localizada na rua do Museu, uma das zonas mais emblemáticas da cidade do Dundo.

JA  

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