O embaixador da Holanda, Tsjeard Hoekstra, manifestou nesta quarta-feira, no Huambo, a intenção de incluir Angola na lista dos principais fornecedores de produtos agrícolas à Europa, através da plataforma logística da Caála e do Corredor do Lobito.
O diplomata, que falava durante um encontro com os membros do Governo do Huambo e empresários locais, sobre as valências da operacionalização da plataforma logística do município da Caála, disse que a intenção é fazer com que Angola se torne num dos principais exportadores de produtos de primeira classe (frutas e legumes) para Europa.
Sublinhou que a Holanda tem uma vasta experiência na logística e nos transportes, posicionando-se num mercado único na Europa, com um dos maiores portos interiores, que o tornam como um dos países mais conectados no mundo.
Para além da logística, destacou, igualmente, a agricultura, tendo em conta o facto de, depois dos Estados Unidos da América, ser o segundo maior exportador de produtos agrícolas, através da sua tecnologia inovadora, que tem resultado em altos níveis de produção.
Lembrou que a Holanda lidera a produção e fornecimento de frutas e legumes, onde Angola pode ser incluída, o mais breve possível.
Tsjeard Hoekstra disse que desde 2019 que a Holanda está concentrada no desenvolvimento do potencial do agro-negócio do Corredor do Lobito, onde têm sido feitas pesquisas e estudos de viabilidade, para o desenvolvimento de parcerias e consórcios, entre o sector empresarial privado holandês e o Governo angolano.
Segundo o diplomata, à semelhança de Angola, a Holanda, também conhecida como Reino dos Países Baixos, é uma Nação costeira, porém baixa e plana, onde vivem muitas pessoas num espaço confinado abaixo do nível do mar, que, para sobreviver, foi obrigado a organizar-se e adaptar-se às mudanças dos desafios sociais e económicos complexos.
Disse que no sector das frutas e legumes a Holanda atende a necessidade de milhões de pessoas, com destaque para o abacate, onde é o maior exportador do mundo.
O diplomata destacou os trabalhos em curso sobre a diversificação da economia angolana, através do desenvolvimento do sector da agricultura, da construção das plataformas logísticas e dos transportes, em particular do Corredor do Lobito.
Na sua visão, Angola tem um potencial agrícola inexplorado, terras férteis, clima favorável e recursos hídricos para potenciar a produção alimentar, com capacidade para abastecer a sua população e, ao mesmo tempo, tornar-se num exportador de produtos de primeira classe.
Acrescentou que Angola se encontra numa fase crucial, focada na implementação e construção das plataformas logísticas multiusos, onde a província do Huambo, em específico o município da Caála, foi selecionado para albergar uma das infra-estruturas, que permitirá com que produtos perecíveis sejam transportados e armazenados em baixas temperaturas, sendo um passo indispensável para dinamizar a produção de frutas e legumes para o mercado local e Europeu.
Por seu turno, a governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, disse que o encontro serviu para mostrar as potencialidades locais, sobretudo, no domínio da produção de frutas tropicais, na perspectiva de galvanizar os projectos e as iniciativas dos dois países.
Referiu que Angola e Holanda “possuem relações saudáveis e de longa data”, que será reforçado por via do consórcio privado da construção da plataforma logística da Caála, pois esta região do Planalto Central se afigura como grande produtor de abacate e de frutos silvestres.
Angola prevê construir até 2038, 21 plataformas logísticas através de Parcerias Público-Privadas (PPP), estando, neste momento, em curso a construção de três plataformas, nomeadamente a do Luau, na província do Moxico, no Luvo e no Soyo, ambas no Zaire.
ANGOP