A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) disse, sábado, em Luanda, que a cultura de leitura por parte das crianças representa uma actividade socialmente útil, que ajuda na promoção da criatividade e inovação.
Ana Paula do Sacramento Neto falava no termo de uma visita guiada à terceira edição da feira da literatura infantil, promovida pelo Instituto Nacional da Criança (INAC), em alusão ao 34º aniversário da “Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança” (CDC), no cine Atlântico, centro da cidade.
A governante reiterou que este tipo de acções faz com que as crianças se desenvolvam com orientação, para futuramente “termos adolescentes e jovens que consigam transmitir com maior propriedade os conhecimentos adquiridos com o incentivo à leitura”.
Aos pais, encarregados de educação e organizações da sociedade civil apelou flexibilidade nos cuidados e atenção às crianças, a todos os níveis, para que, no futuro, “tenhamos cidadãos com uma postura socialmente recomendável”.
As linhas de atendimento “15 e SOS criança” para eventuais denúncias estão inteiramente disponíveis, ressaltou a ministra, que chama a atenção da sociedade sobre a violência contra a criança, o que impede o seu desenvolvimento integral. “As acusações de feitiçaria a um ser socialmente frágil e indefeso constituem grande preocupação do ministério, que vem trabalhando com as comunidades para reprimir e desmotivar estas más práticas”.
INAC
Para o director nacional do INAC, Paulo Kalesi, esta terceira edição da feira de literatura infantil, em alusão ao 34º aniversário da CDC, que se assinala no próximo dia 20, visa a promoção da literatura infantil, garantir o direito de participação da criança e dar espaço para elas exibirem o que sabem em torno das artes.
O evento, assegurou, é de dimensão nacional e contou com a presença de crianças idas de várias províncias. A apresentação colectiva e individual de dança, declamação de poesias, músicas e principalmente da cultura de cada região prenderam a atenção dos adultos presentes, incluindo a ministra, acompanhada pela sua homóloga da Educação, Luísa Grilo, e outras entidades convidadas.
A organização programou o evento para dois dias e perspectiva um número acima de três mil visitantes, que, no local, vão poder adquirir livros de 26 expositores.
Para o próximo ano, segundo Paulo Kalesi, pretende-se juntar ao evento alguns Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), para assinalar os 35 anos da CDC com uma literatura infantil mais enriquecida.
Lar Kuzola
O convite para participar no evento, com um número de crianças superior a 50, representa para a directora do Lar Kuzola, Engrácia do Céu, um momento importante de socialização e interação com outras, que vêm de várias famílias e centros de acolhimento do país, vincando a representatividade.
O apelo sobre protecção, expresso nas mensagens musicais e poesias de crianças, chama a atenção das famílias e da sociedade sobre a necessidade de redobrar os esforços neste sentido, disse a directora do lar, que acolhe perto de 350 crianças.
Apesar de ser uma instituição orçamentada, Engrácia do Céu insiste que o lugar da criança é essencialmente na família.
O escritor John Bella, um dos mais destacados na literatura infantil, considera a actividade importante e de cariz educativo. Notou que a falta de incentivo à cultura de leitura, por parte dos adultos, de quem a criança depende a 100 por cento “é um mal à sociedade, de proporções inimagináveis”.