A notícia de uma paragem de até cinco dias nos combates em Gaza e nos bombardeamentos israelitas já anda nas páginas da imprensa internacional há dias mas só agora foi confirmada oficialmente pelo líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
Oacordo foi conseguido no Qatar com uma pesada intervenção dos Estados Unidos, tendo o Governo de Israel cedido à pressão das manifestações de rua lideradas pelos familiares dos reféns na posse dos combatentes palestinianos.
Este cessar-fogo, que os analistas apontam para que tenha entre três a cinco dias de duração e que, um reduzido número de optimistas enfatiza a nota de que esse tempo pode permitir alargar a paragem na guerra e uma solução de mais longo termo, no caso de o Hamas permitir a libertação de todos, ou quase todos, os reféns levados para Gaza a 07 de Outubro, durante o ataque ao sul de Israel (ver links em baixo nesta página).
Mas há ainda a pressionar o Governo de Benjamin Netanyahu a vaga gigantesca de protestos contra a violência excessiva usada por Israel sobre Gaza, punindo um povo inteiro pelo ataque de alguns milhares de combatentes do Hamas.
Essa pressão internacional, cuja maior visibilidade são as manifestações que movimentam milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo na Europa e nos EUA, tem como combustível as imagens de insensata brutalidade dos ataques da Forças de Defesa de Israel (IDF) em Gaza.
Desses ataques israelitas, os canais internacionais de televisão mostram diariamente crianças mortas ou feridas pelos bombardeamentos, e, nos últimos dias, em vários hospitais de Gaza, incluindo os dois maiores, como o de Al Shifa, com as IDF a justificarem a sua destruição e invasão com a existência de locais usados pelos Hamas nas suas caves, acusações que ainda não foram provadas, apesar de algumas imagens inverosímeis mostradas pelos militares israelitas.
O último ataque a um hospital em Gaza, onde, segundo a ONU, dos 35 existentes, apenas cinco ainda possuem capacidade de atendimento, foi o Hospital Indonésio, onde as autoridades locais dizem que deixou de haver capacidade de resposta tanto para quem ali chega em busca de ajuda como para os 550 pacientes que já ali estão internados.
Uma das mais pesadas imagens transmitidas pelos canais de tv que ainda permanecem em Gaza, como a Al Jazeera, foi a de dezenas de recém-nascidos que Israel obrigou a serem transferidos para o sul de Gaza e depois para o Egipto, tendo pelo menos uma dezena morrido nesse processo.
Até ao momento este conflito já fez cerca de 14.500 mortos, 1.200 israelitas no assalto das brigadas Al Qassam, o braço armado do Hamas, a 07 de Outubro, além de 2 mil feridos, e mais de 12 mil mortos entre os palestinianos de Gaza, desde 7 mil crianças, existindo ainda informações sobre a permanência de milhares de corpos de crianças nos escombros que resultaram dos bombardeamentos israelitas ao longo destas seis semanas de guerra.
E não é de estranhar quer assim seja, porque nas primeiras quatro semanas, Israel manteve, de forma ininterrupta, uma barragem de artilharia e ataques aéreos sobre Gaza, destruindo milhares de prédios de habitação, a que se seguiu uma invasão terrestre, com combates rua a rua, casa a casa, depois de quase um milhão de pessoas terem sido empurradas do note para o sul de Gaza.
Isto, num território com apenas 365 kms2, sendo uma faixa de 40 kms de extensão por nove de largura, e 2,3 milhões de habitantes, o que dá 6.500 por km2, fazendo de Gaza a geografia mais densamente povoada em todo o mundo, impedindo qualquer possibilidade de manter a salvo a população civil e inocente durante os devastadores bombardeamentos israelitas.