O antigo primeiro-ministro senegalês e candidato às últimas eleições presidenciais, Mahammed Boun Abdallah Dionne, morreu hoje, aos 64 anos, em Paris, vítima de doença.
Dionne, chefe do Governo entre 2014 e 2019, interrompeu a participação na campanha eleitoral alguns dias após o início, para se deslocar à capital francesa em tratamento.
Ele era um dos 19 candidatos às eleições presidenciais de 24 de Março passado, ganhas pelo opositor Bassirou Diomaye Faye.
Antigo colaborador próximo do Presidente Macky Sall (2012-2024), Dionne concorreu contra o candidato escolhido pelo chefe de Estado, Amadou Ba.
Mahammed Boun Abdallah Dionne foi primeiro-ministro do Presidente Sall de 2014 a 2019, altura em que o chefe de Estado aboliu o cargo antes de o restabelecer em 2022 e de o confiar a Amadou Ba.
Reagindo à morte de Dionne, Macky Sall disse estar “triste”.
“O Senegal perdeu um executivo de grande valor e eu um companheiro de longa data”, escreveu nas redes sociais.
Formado no Senegal e em França, Dionne, engenheiro especializado em economia aplicada, trabalhou, antes de se tornar primeiro-ministro, numa empresa francesa de informática e no Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO, instituição partilhada por oito países da África Ocidental que utilizam o franco CFA como moeda).
O antigo governante dirigiu o gabinete económico da Embaixada do Senegal em França e integrou a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI).
Autor do livro “O Leão, a Borboleta e a Abelha”, publicado em 2023, Dionne previu na obra que África “será uma terra de grande potencial e influência geo-estratégica no século XXI”.