Outubro 7, 2024

Cerimónia de distinção buscou a valorização da iniciativa de enorme relevância para o desempenho das entidades que operam em todo o território angolano

A visão, missão e valores das empresas angolanas ajustaram-se, nos últimos dez anos, aos desígnios das melhores práticas internacionais de gestão.

Esta apreciação foi manifestada pela Primeira-Dama da República e presidente do júri dos Prémios Sirius.

Ana Dias Lourenço afirmou, na gala realizada, na noite de quinta-feira, numa das unidades hoteleiras de Luanda, que esses prémios foram criados pela Deloitte com o objectivo de distinguir a excelência e de promover um melhor futuro, quer para as organizações quer para o país.

Por essas razões, a  presidente do júri entende que “os Prémios Sirius estão este ano duplamente de parabéns. Em primeiro lugar, pelo interesse que mais uma vez granjearam junto das organizações. Mas também, porque se cumpre uma década  da sua criação. E, dez anos é já muito tempo”.

 
Alterações significativas

De acordo com a Primeira-Dama, esse tempo foi também de um aprendizado em que as metodologias de trabalho foram amplamente revistas e adequadas aos resultados que cada uma das organizações pretende atingir, em que o capital humano foi valorizado, a retenção equacionada e a formação devidamente tida em conta, em que a inovação se transformou num desígnio de todos e de todas, porque sabemos o quanto influencia o desempenho das empresas e dos países, em que a sustentabilidade, zelando pelo bem do planeta e das comunidades envolventes, foi reforçada por cada vez mais dirigentes empresariais.

“É este mais, este progresso, este andar em frente, com foco na melhoria de resultados e no contributo para o bem de todos, que hoje aqui celebramos em conjunto. Porque ao celebrá-lo e ao mostrá-lo a toda a opinião pública, estamos, seguramente, a transformar esta iniciativa num estímulo poderoso para que mais empresas, mais empresários, mais profissionais de alta direcção, percebam que vale a pena o esforço”, afirmou.

Ana Dias Lourenço assegurou ser esta uma boa fase de as empresas apreciarem  que vale a pena percorrer o caminho e enfrentar os desafios e os obstáculos da difícil conjuntura mundial em que vivem, porque se está, fortemente, empenhado nas boas práticas de gestão, na transparência, na formação profissional e no estudo dos melhores “benchmarks” seremos capazes de os ultrapassar e de os materializar com êxito.

 
Razões para acreditar

Na gala de premiação dos vencedores da 10ª edição dos Prémios Sirius, a presidente do júri e Primeira-Dama da República, entende ser preciso que todas, mas especialmente as empresas percebam de que vale a pena se juntarem aos Prémios da Deloitte e verem premiada a actuação nas edições futuras, mas também resiliência, a capacidade de não desistirem e de manterem-se em pleno funcionamento, de contribuírem para a dinamização da economia nacional, para a criação de riqueza, para a geração de emprego, e para a criação de bem-estar económico e social.

“Porque não é fácil e todos o sabemos. É preciso foco, perseverança, energia e vontade de construir um futuro melhor. E, foi precisamente esta resiliência, esta vontade de não desistir e de permanecer, que encontrámos em todas e em cada uma das empresas que este ano se candidataram aos Prémios Sirius” disse Paula Simons.

De acordo com a presidente do júri, muito mais do que quem quer deixar-se fazer escrutínio popular, a selecção foi este ano mais uma vez difícil, porque a qualidade das candidaturas nos surpreende continuamente e porque os projectos que nos são apresentados constituem de facto peças importantes para o desenvolvimento de Angola, continuando a ser um estímulo relevante para que todos os membros do júri se sintam honrados com o seu trabalho e com a sua contribuição para esta iniciativa.


Visão da Deloitte centralizada no mérito e competência

“Se nas últimas edições deste nosso e vosso prémio foi com enorme satisfação e orgulho que aqui estive e me dirigi a todos, hoje (quinta-feira), posso assegurar-vos que estou verdadeiramente entusiasmado com esta iniciativa de referência que tem premiado a qualidade da informação prestada ao mercado, os desempenhos de excelência no sector empresarial público e privado e as personalidades e projectos que mais se distinguiram nas suas áreas de actuação em Angola”, disse no início da sua intervenção o director da Deloitte Angola.

José António Barata fez saber que os Prémios Sirius se orgulham em celebrar dez anos desta entrega e do trabalho abnegado feito pelas organizações, pelos responsáveis e os colaboradores.

Conforme referiu, esses dez anos são também de convicção absoluta da Deloitte sobre a qualidade, a relevância e o contributo do desempenho das organizações para o desenvolvimento económico e social deste país, que não baixa os braços e que insiste em fazer-se grande, quer dentro quer fora das suas fronteiras.

“Fazemo-lo um mês depois do Fundo Monetário Internacional ter anunciado que a economia angolana vai crescer 2,6 por cento este ano, a recuperação do seu crescimento económico no curto prazo e a melhoria do seu saldo orçamental primário. A mesma instituição também salientou a necessidade do Governo continuar com a consolidação orçamental e as reformas estruturais, apoiadas pela assistência técnica do Fundo e de outros parceiros de desenvolvimento, para manter a estabilidade macroeconómica e promover um crescimento diversificado, resiliente e inclusivo; e de ter recomendado que as autoridades angolanas dêem prioridade ao reforço do capital humano, à melhoria do ambiente empresarial e da boa governação das instituições públicas e privadas”, disse.

Segundo o director –geral da Deloitte Angola, os Prémios Sirius foram criados pela Deloitte para distinguir a excelência e promover um futuro mais sustentado e sustentável, quer a nível económico quer social.

O gestor reafirmou na gala de atribuição de galardão a missão e a vontade de se manterem como um estímulo eficaz e duradouro para que as organizações empresariais angolanas, os líderes e quem nelas trabalha se empenhem cada vez mais na adopção das melhores práticas de gestão, na obtenção de melhores resultados, na contínua qualificação dos seus recursos, na aposta em inovação, no reforço da criatividade e da resiliência com que é preciso enfrentar o futuro e os obstáculos que a cada dia se deparam a cada um de nós.

“E fazemo-lo num momento que é crucial para a dinâmica e para a afirmação da economia nacional; num momento em que a geopolítica e a geoestratégia mundiais apontam Angola como um dos países mais relevantes em África, um dos mais estáveis e confiáveis na África Austral; num momento em que projectos estruturantes como o Corredor do Lobito são – devido à sua relevância – apoiados pelos Estados Unidos e pela União Europeia”, explicou.

De acordo com José António Barata, está-se num momento em que o sector petrolífero mantém a capacidade e o potencial para reter os maiores operadores mundiais, e para atrair novos e promissores operadores. Também em que o sector diamantífero cresce, em que outros minerais de importância extrema para a indústria começam a assumir-se como relevantes, em que a água e a energia vêem reforçados projectos em curso e se preparam para avançar com outros de valor inestimável para as populações que vão servir.

“Tudo isto suportado pelo investimento nacional e estrangeiro, que as autoridades angolanas têm tido o saber, a inteligência e a capacidade de mobilizar e de ajudar a concretizar, para que os vários sectores contribuam para a necessária diversificação económica do país”, adiantou.


Premiados valorizam reconhecimento e reafirmam compromisso com as boas práticas

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – Sonangol E.P venceu, quinta-feira, em Luanda, a 10ª edição dos Prémios Sirius categoria “Empresa do Ano do Sector Não Financeiro”.  

O presidente do Conselho de Administração, Sebastião Martins, que falava em entrevista à imprensa, sublinhou que o prémio reconhece o serviço que a instituição tem prestado, onde apesar das dificuldades macroeconómicas tem sido capaz de dar resposta aos desafios de servir a população.

Sebastião Martins disse que a Sonangol está empenhada no aumento da produção de petróleo e gás, isso por via do desenvolvimento de campos petrolíferos e a refinar petróleo internamente.

O PCA reforçou ainda que estão a ser construídas mais três refinarias para dar resposta aos inúmeros desafios e aumentar a capacidade de armazenamento a nível do país, para que o produto e a reserva estratégica possam ser garantidos com a armazenagem em território nacional.

Para esta categoria foram indicadas organizações pela capacidade de transformação e inovação evidenciada pelos vários investimentos nacionais em curso voltado para as pessoas e também aquelas com ramos industriais de forte potencial, firmando-se em várias províncias do país.

O Banco Africano de Investimentos (BAI) foi o grande vencedor na categoria de empresa do sector financeiro, tendo concorrido com o Banco de Fomento Angola (BFA) e Standard Bank.

O presidente da Comissão Executiva do BAI, Luís Lélis disse estar satisfeito e que o prémio representa a valorização do esforço empreendido. 

“Temos que prestar mais atenção àquilo que são as exigências dos nossos clientes e, certamente, nos próximos meses, os nossos clientes, vão ficar muito mais satisfeitos com tudo aquilo que  temos a desenvolver e que estamos a implementar neste momento”, salientou o gestor.

O responsável garantiu ainda melhorar os serviços do cartão “Visa BAI Kamba” (pré-pago) que conta com cerca de 192 mil clientes,” vamos procurar fazer ajustamentos em função das divisas. É um momento difícil. Nós a cada oito anos passamos por essas crises, mas, somos resilientes e vamos ultrapassar”, sublinhou.

Por sua vez, o Banco Nacional de Angola (BNA), com o programa “Lispa”, foi o grande vencedor da categoria “Programa de Desenvolvimento Digital e Tecnológico”, que tem como objectivo avaliar a pertinência e carácter de inovação dos programas tecnológicos que mais contribuíram para a evolução e desenvolvimento da tecnologia. 

O governador do BNA, Manuel António Tiago Dias, disse durante uma curta intervenção que o programa “Lispa” vem sendo desenvolvido desde 2019 pelo Banco Nacional de Angola, olhando para as necessidades do sistema de pagamentos e a necessidade de prestação de melhores serviços à população bem como na maior inclusão financeira no país.

“A inovação e a tecnologia são, actualmente, pilares fundamentais na competitividade das empresas, permitindo o aparecimento de novos produtos e serviços. O desenvolvimento digital e tecnológico representa um dos pilares essenciais em que hoje assenta a própria excelência e liderança no futuro próximo”, considerou.

Conforme fez questão de reforçar o governador do banco central, a tecnologia está a ser cada vez mais aplicada em diferentes sectores como a agricultura, a saúde, a educação, os serviços financeiros entre outros, ajudando a melhorar a produtividade, a eficiência e a qualidade dos serviços prestados.

Já o prémio “Gestor do Ano” ficou com o presidente Executivo do Grupo Carrinho e o de “Responsabilidade Social” também ficou com o grupo.

O júri explicou que como principais critérios de avaliação, o impacto nos colaboradores e nas comunidades, abrangência geográfica, províncias onde actuam,  evolução e capacidade de projectos, sustentabilidade, credibilidade e valor acrescentado. Lembrar que o prémio “Gestor do Ano” é um reconhecimento atribuído pelo impacto do desempenho no mercado e pelo contributo na melhoria de tornar o mercado mais eficiente, transparente, socialmente responsável e útil à economia e a sociedade.

Para o presidente Executivo do grupo Carrinho, David Maciel, que arrematou o prémio “Responsabilidade Social” com o projecto “Merenda Escolar” reconheceu que o serviço de distribuição tem ajudado muitas crianças.

David Maciel mostrou-se orgulhoso pelo reconhecimento do  trabalho que a instituição tem estado a realizar, tendo ressaltado que  sempre esteve confiante no trabalho desempenhado pelo grupo.

Para  este ano, a empresa prevê a contínua aposta na auto-suficiência do grupo em termos de milho, feijão e dar um passo considerável na produção da soja, do trigo, do arroz e do algodão.  “Cada ano que passa, queremos garantir que vamos substituir a importação ao máximo possível, por produção nacional”, considerou David Maciel.


Teresa Matoso: a professora  e investigadora dedicada à ciência

A investigadora Teresa Matoso foi a vencedora da categoria “Especial” atribuída pelo júri dos Prémios Sirius.

Em declarações ao Jornal de Angola, Teresa Matoso descreveu o momento como sendo único para a carreira.

“Jamais imaginei que fosse distinguida neste tipo de evento. Recebi a ligação para participar da actividade e nem sequer  passou pela minha cabeça essa possibilidade”, confessou.

A vencedora dos maiores aplausos da noite acredita que o mérito deveu-se aos 20 anos de experiência que carrega e aos vários projectos reconhecidos a nível nacional e internacional.

“Participar da 10ª edição dos Prémios Sirius, enquanto pessoa ligada à Academia e de um modo particular à investigação científica representa para mim uma grande honra e um enorme privilégio”, disse.

Teresa Matoso sente-se gratificada pelo facto da jornada estar a ter eco a nível nacional de forma a estimular pessoas ligadas à Academia, sejam discentes ou docentes.

Sobre a investigação científica em Angola, admite “não diria que é fácil, mas posso dizer que é possível. O caminho faz-se caminhando”.

De acordo com a própria, o Executivo está a fazer um grande esforço de preparar os recursos humanos capazes para que se possa avançar com os melhores centros universitários.

Na opinião da docente, a simbiose entre a Academia e o mundo empresarial é extremamente salutar e até mesmo vital para o desenvolvimento do país, pois, “é a pedra de toque, a pedra filosofal, que pode potenciar a construção de todo o edifício da industrialização e modernização do país, na medida em que a academia traz o conhecimento e a indústria viabiliza a aplicabilidade deste”.

Enquanto docente universitária e pesquisadora, anima-se em ser capaz de transmitir aos estudantes não só os conteúdos programáticos dos curricula, mas também o know-how, por forma que estes se proponham a ir mais além.

De acordo com as informações obtidas no evento que premiou os sete vencedores da 10ª edição dos Prémios Sirius, para o categoria “Especial”, quis o júri homenagear uma personalidade que pelo mérito académico e profissional se destaca na área de investigação.

A cientista Teresa Matoso foi distinguida a 1 de Julho de 2023 com o “Prémio Internacional de Cientista Inovadora do Ano em Engenharia Química”, pelas pesquisas e excelência académica em Engenharia Química, sob a égide do Times of Research & WRC.

O reconhecimento deveu-se ao trabalho de investigação sobre “BioAgGro Technology the Global Solution”, que premiou também todo o engajamento com a investigação científica durante a trajectória que já dura ao longo de mais de duas décadas.


Conheça os membros do júri

Eles não são as estrelas embora seja a partir deles que as estrelas da noite cintilam. Discretos e “religiosamente” detalhistas, o corpo de júri dos Prémios Sirius é composto de sete personalidades independentes, competentes e tecnicamente autorizados para a obra em causa.

O Jornal de Angola mostra-os num recorte fotográfico.

Os sete têm sido nesses últimos anos os responsáveis por “julgar” o que de bom as empresas e os gestores empresariais estão a fazer em prol da retoma do crescimento da economia angolana e o cumprimento das grandes metas estratégicas nacionais. O júri é integrado pela Primeira-Dama da República, que o preside; Noelma Viegas d’Abreu, Aia-Eza da Silva, Paula Simons, José Octávio  Van-Dúnem, Francisco Queiroz e  Armando Manuel.

JA

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