O Primeiro-Ministro de Portugal destacou terça-feira, durante um encontro com a comunidade, em Luanda, a importância de os portugueses continuarem a ser, em Angola, um motor de crescimento e também de desenvolvimento.
Luís Montenegro teceu tais considerações como incentivo, em função das boas referências que teve por parte do Governo angolano sobre o que os portugueses têm feito em Angola.
“Acreditam que é um orgulho muito grande liderar o Governo de um país como o nosso e quando eu cheguei hoje de manhã, poder ouvir do Presidente deste país, dos ministros, das instituições, as referências positivas sobre aquilo que os portugueses aqui hoje fazem”, frisou.
No encontro, que esteve presente com a delegação que o acompanha, o Chefe do Governo português disse ser uma satisfação constatar que empresas portuguesas produzem não só para Angola, como para outros países, incluindo da região, e com isto conseguem viabilizar mais os seus negócios, empregar mais gente, pagar melhores salários e, também, dar um contributo positivo a Angola, “um país unido a Portugal por laços fortíssimos de amizade, de profunda partilha em termos culturais e históricos”.
O Chefe do Governo português cumprimentou a comunidade em nome do Governo do seu país, que definiu ser de confiança, de gratidão e de reconhecimento, considerando a comunidade tão activa, importante, disponível e qualificada, que está ao serviço em primeiro lugar de Angola e, também, de Portugal.
“Quero que saibam que contarão com o Governo para vos auxiliar naquilo que for necessário”, garantiu, fazendo referência ao aumento do valor da linha de crédito Portugal-Angola, que visa favorecer precisamente empresas portuguesas, de modo a que possam ajudar na criação de novas infra-estruturas e disporem de mais oportunidades.
Luís Montenegro considerou o encontro com a comunidade um dos momentos mais intensos da visita a Angola, pelo facto de ter servido também de oportunidade para estar “olho nos olhos, frente-a-frente”, com os compatriotas que, por razões variadas, escolheram trabalhar ou viver em território angolano.
“Pelas nossas últimas contas, são cerca de 112 mil portugueses que vivem em Angola e que exercem as mais variadas funções. É verdade que muitos estão ligados a actividades económicas, empresariais, seja na sua qualidade de empreendedores, de quadros das empresas desses empreendedores, como prestadores de serviços e profissionais liberais”, apontou, reconhecendo que existe, de facto, uma quantidade imensa de portugueses que trazem até a Angola muito daquilo que é o ser português, em primeiro lugar, e o ser bom português, em segundo lugar.
O governante português, que visitou antes as instalações da Escola Portuguesa de Luanda, onde se inteirou do seu funcionamento, aproveitou a ocasião para agradecer ao embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, pelo trabalho e colaboração que presta na organização da sua visita ao país, acreditando que vai ser um “bom augúrio” pelos trabalhos que estão por se realizar nos próximos dias, no âmbito da sua visita, assim como a participação na Feira Internacional de Luanda (FILDA).
Luís Montenegro disse, ainda, ter um profundo respeito por todos aqueles portugueses que encontraram no estrangeiro uma oportunidade de poder emprestar o seu conhecimento, seu saber e capacidade de produzir, considerando ser importante para Portugal.
“Quanto mais sucesso tiverem os trabalhadores portugueses no estrangeiro, quanto mais sucesso tiverem as empresas portuguesas no estrangeiro, mais nós estamos a mostrar a todos a capacidade que nós temos de fazer e de fazer bem em qualquer situação ou circunstância em que nos encontremos”, sublinhou.
Já o embaixador português em Angola, Francisco Alegre Duarte, apontou, nas suas palavras de circunstância, o facto de o encontro permitir ao Primeiro-Ministro conhecer melhor o país, a comunidade representada e as diferentes valências, económicas e outras.
“Eu acredito que esta visita vai contribuir para dar um forte impulso na cooperação e isso já se viu, hoje, nos contactos que foram realizados no Palácio e a partir de amanhã (hoje) vamos ter uma componente empresarial muito forte. Estou seguro que o senhor Primeiro-Ministro vai ver em ‘primeira-mão’ o contributo que esta nossa comunidade dá para o desenvolvimento económico e humano de Angola”, referiu o diplomata português.
JA