Site icon

Apuramento ao CAN: Selecção Nacional vence Níger e confirma favoritismo

Sim, é verdade, o jogo teve realmente duas partes totalmente distintas, mas que podem ser facilmente fundidas, porque houve sempre muito mais Angola e o enganador fogo de palha do Níger.

A pressão de somar três pontos e encurtar o apuramento ao CAN com o pleno ajuda a perceber a mudança da água para o vinho que foi responsável pelos dois golos de rajada, que pareciam presos no engarrafamento que ontem impediu milhares de adeptos chegarem mais cedo ao 11 de Novembro.

As substituições efectuadas na segunda parte, sobretudo, as entradas de Pedro Bondo e Gelson Dala, foram como a ponta do iceberg que escondeu uma superioridade nítida, mas que as Palancas Negras tiveram dificuldades de reivindicar mais cedo, talvez por causa do temor e tremor de aproveitar o nulo verificado no Ghana – Sudão.

O deslize dos perseguidores efectivamente condicionou muito a atitude competitiva da Selecção Nacional na primeira parte, mas quando os atletas provaram que perceberam que querer é poder, o Níger “desapareceu” do 11 de Novembro, porque entrincheirou-se no seu último reduto para tentar empatar, porque faltavam menos de 20 minutos para o apito final.

A falha no protocolo do hino parece que revoltou os Mena, cognome da selecção nigerina, sentiram-se tocados por ficarem privados de símbolos que trouxeram para o jogo. A entrada em força dos Mena causou alguma estranheza aos Palancas Negras em alguns períodos da contenda, mas com o decorrer do tempo a tendência do jogo desapareceu por completo, em parte porque na hora da colheita ficou fácil distinguir o trigo do joio.

A Selecção Nacional entrou inclinada para a esquerda, mas Sandro Cruz acusou o peso da responsabilidade, tentou, mas nunca foi o factor de desequilíbrio que os persistentes colegas tanto queriam. Nada correu bem a Sandro Cruz, mas foi no mesmo corredor onde o seu substituto Pedro Bondo começou a espalhar brasas para incendiar o placar.

O domínio angolano era evidente, mas algumas más decisões, incluindo a do árbitro Pierre Atcho que no fim da primeira parte não assinalou um penálti, falta sobre Randy Nteka, criaram a falsa ilusão de que o jogo terminaria como começou, mas num abrir e fechar de olhos o 11 de Novembro veio abaixo, numa dezena de minutos.

Recém-entrado, Milson foi o abano da vitória, realmente foi o seu pé direito que desatou o nó do empate com duas jogadas que encurtaram o caminho do triunfo. Curiosamente, na primeira vez em que tocou na bola causou uma grande penalidade que Mabululu com frieza concretizou ao vencer o duelo com Abiboulaye, um guarda-redes que deixou dúvidas no quesito segurança.

A partir do 1-0, o Níger não conseguiu entender mais nada porque num ápice choveram oportunidades de golos, todas para o lado de Angola. Em alguns períodos, pareceu mesmo um treino de ataque contra defesa porque o campo estava inclinado, a equipa nacional parecia estar a afinar a pontaria do golo.

O repentismo de Milson acabou por ser a base e o factor decisivo porque teve ambição de voltar a mostrar serviço no 11 de Novembro, porquanto teve pernas e cabeça no lugar para rematar para o 2-0, um golo de belo efeito que serviu de analgésico para a Selecção.

O Níger ficou desconfiado a pensar que o relógio tinha parado no tempo, porque Angola teve chances de golear. O poste devolveu um remate de Maestro, mas antes foi Mabululu a passar ao largo do bis depois de fazer uma rotação que lhe atrapalhou na hora do remate certeiro.

A vitória foi escassa porque ficaram golos por marcar, mas as Palancas Negras fizeram o mais importante, somaram e seguiram com mais três pontos que podem valer muita coisa, porque são cinco pontos de vantagem sobre o Sudão, segundo classificado. Isto na prática significa alguma coisa, é um avanço imparável que deixa a Selecção com quase dois pés no CAN.

JA

Exit mobile version