Outubro 18, 2024

O corpo do até então escriba mais velho no activo e referência do Jornalismo angolano foi sepultado, sexta-feira, na capital portuguesa, numa cerimónia humilde e longe do flash da imprensa a pedido da família.

Do velório ao sepultamento, terão sido consumidas três a quatro horas.

Ouviram-se elogios de amigos, contemporâneos, netos e filhos.

A cerimónia de corpo presente, na capela do Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, não descaracterizou o que era em vida Rui Filipe Ramos: discreta, simples, humilde e rodeada de amor de todos que conviveram com quem em vida fez do amor ao próximo a sua maior mensagem.

Falecido, terça-feira, vítima de doença, Rui Filipe Ramos “era um homem apaixonado pelo trabalho” ouviu-se no elogio da família; o mesmo de onde ecoou “ele está presente aqui (Portugal) e lá (em Angola).

Ser sepultado onde descansa seu pai foi um desejo cumprido pelos filhos, mas o reconhecimento por Angola, seu amor à Pátria onde nasceu e dedicou maior parte de sua vida, não ficou no esquecimento.

Seguiu-se a um cortejo curto, de mais ou menos 10 a 15 minutos, mas era este o início do novo “caminho da vida” de Rui Ramos. Percorreu-se uns quarteirões e passaram alguns jazigos até à nova morada do “patriota”, que deixou marcas na Redacção do Jornal de Angola e noutros títulos da Edições Novembro E.P, com os quais trabalhou intensamente.

A caixa em volta à bandeira da República de Angola simbolizava a presença do país e isso também externou Jorge Correia, contemporâneo de Rui Ramos. Mas estiveram presentes ao acto diferentes personalidades, entre amigos, familiares e colegas do diário generalista angolano “Jornal de Angola” e outros com os quais, em Portugal, trabalhou no Expresso e partilhou ideias para vários outros trabalhos.

Aos 79 anos e a viver intensamente o amor pela formação de novas gerações de jornalistas em Angola, a obra de Rui Ramos está patente é sobre ela “foi tudo dito, foi tudo vivido… continuaremos o legado. Somos filhos de um grande homem; é nosso pai, mas o é também de outros tantos nossos irmãos em Angola. Sempre nos disse que cada um com a sua religião, cada um com a sua crença, mas todos unidos… Há tempo para tudo… o corpo não vai para Angola, mas ele está presente aqui e lá… em breve voltaremos ao País para escrever e preservar o seu legado”, ouviu-se.

Elogios foram também apresentados pela família ao Jornal de Angola, pelo cuidado sempre demonstrado em prol de Rui Filipe Ramos, seja na saúde fosse na doença, e por ter de propósito enviado uma equipa ida de Luanda, encabeçada pelo administrador Executivo de Conteúdos, Cândido Bessa, em representação do PCA da Edições Novembro.

JA

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