Janeiro 8, 2025

O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, felicitou, ontem, Donald Trump, pela eleição ao cargo de Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), convicto de que os esforços bem-sucedidos entre os dois países e Governos vai continuar a ser a linha de actuação comum para que as partes colham benefícios e vantagens recíprocas.


Na mensagem de felicitações, partilhada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, João Lourenço sublinha que Donald Trump foi eleito com resultados que indicam claramente que o povo norte-americano depositou confiança em si e nas políticas de governação que delineou para os próximos quatro anos, com vista à concretização dos seus anseios à prosperidade e à construção de uma América forte e confiante no futuro.

“Tenho a plena convicção de que os esforços bem-sucedidos realizados entre os nossos dois países e Governos, no sentido de construirmos uma base sólida sobre a qual assenta uma reforçada confiança mútua, continuará a ser a nossa linha de actuação comum, para que Angola e os Estados Unidos da América colham benefícios e vantagens recíprocas substanciais da nossa relação bilateral”, escreveu o Chefe de Estado.

João Lourenço disse crer que ao assumir as suas funções como o 47º Presidente dos Estados Unidos da América, Trump colocará à disposição todo o seu dinamismo, a sua experiência e energia, de modo a contribuir para a busca do entendimento e da resolução dos graves problemas que a Humanidade enfrenta em termos de paz, segurança alimentar e energética, que requerem uma acção concertada entre as nações.

Candidato republicano, Donald Trump protagoniza um regresso histórico à Casa Branca como o segundo Presidente a ganhar dois mandatos não consecutivos.

Com uma vitória esmagadora nos principais estados decisivos da Pensilvânia, Carolina do Norte e Wisconsin, Trump alcançou (e ultrapassou) os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para conquistar a Presidência.

“Em nome do Executivo angolano e no meu próprio, tenho a honra de o felicitar pela sua eleição ao cargo de Presidente dos Estados Unidos da América”, expressa o Presidente da República na mensagem.

Relações não dependem do inquilino da Casa Branca

Na véspera da divulgação dos resultados eleitorais, o presidente da Câmara de Comércio Angola – Estados Unidos, Pedro Godinho, disse que as relações entre os dois Estados chegaram a um estágio que já não dependem de quem seja o inquilino da Casa Branca para desenvolver o Projecto do Corredor do Lobito.

Em declarações ao Jornal de Angola, o presidente da Câmara de Comércio Angola-EUA salientou, neste particular, existir um grande interesse do Governo norte-americano em desenvolver a região Austral de África.

Segundo Pedro Godinho, a região que compreende o Corredor do Lobito poderá contribuir de modo consistente no projecto de transição energética e é dentro dessa perspectiva as coisas vão andar.

Manutenção da política externa com África

Na senda da eleição histórica de Donald Trump, especialistas em relações internacionais admitiram, ontem, a abertura de um novo capítulo na manutenção da política externa americana com África, em geral, e com Angola em particular.

Em declarações à Angop, o professor de Relações Internacionais Mário Pinto de Andrade disse crer que o princípio da política externa americana com Angola não vai sofrer grandes alterações.

“Angola é um país estratégico. Os Estados Unidos têm interesses estratégicos com a África Austral e, fundamentalmente, com Angola, que é um Estado director aqui na região”, enfatizou.

“Não vai haver alterações substanciais durante a administração Trump”, acrescentou o académico. “Assim sendo, temos de esperar isso, porquanto o Presidente eleito dos EUA toma posse em Janeiro de 2025 e até lá resta-nos aguardar como se vão redefinir os novos interesses estratégicos da América no mundo, embora acredite que em África Angola vai continuar a ser um parceiro estratégico”, frisou.

O professor de Direito Fiscal e advogado Tito Cambanje antevê que não haverá mudanças fracturantes na cooperação entre os EUA e Angola, apesar da América ter um novo Presidente.

Em sede das relações internacionais, Tito Cambanje enfatizou que Angola e os Estados Unidos são países amigos com interesses comuns, pelo que será sempre um país a ter em conta por Washington.

Por seu turno, o economista Daniel Sapateiro considera que Kamala Harris satisfaria melhor a cooperação bilateral. Sublinhou ter percebido durante a campanha eleitoral e do único debate havido entre os dois candidatos, que a África para Donald Trump não é um continente estratégico, como Joe Biden disse na visita do Presidente João Lourenço a Washington em Novembro de 2023.

Por seu turno, o advogado Avelino Capaco afirmou que o país está no melhor momen- to da sua política externa, com uma actuação bastante significativa, um reposicionamento no sistema internacional e a obter os melhores resultados.

Assim sendo, Capaco pensa que o Presidente Trump vai manter a relação que foi desenhada até à presente data, tendo em conta os vários interesses dos EUA em Angola.

“Os interesses são dos Estados, não são de pessoas. Pode não ter a mesma dinâmica que teve com o Presidente Joe Biden, mas entendemos nós que vai manter essa relação”, asseverou.

Donald Trump, republicano, foi eleito o quadragésimo sétimo Presidente dos Estados Unidos, tendo conquistado mais do que os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para chegar a líder supremo da Casa Branca, quando ainda decorre o apuramento dos resultados das eleições de 5 de Novembro.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *