Janeiro 4, 2025

A ideia dessa via férrea, em Angola, nasceu de um irlandês, em 1906, sendo que o objectivo de concepção daquele período continua: controlar o fluxo e transporte de recursos minerais na RDC, na Zâmbia, e ligando ao Porto do Lobito, mantendo assim ligações ferroviárias com outros importantes portos da região. E foi tendo ciência disso e mais… que a China acorreu para ter o domínio, mas foi destronado pelos ocidentais, com os EUA à testa.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, deixou na tarde dessa quinta-feira, 04, o solo angolano, tendo igualmente deixado patente a importância do Corredor do Lobito para a sua Administração e para os países da região austral de África, bem como do mundo.

Mas afinal, o que torna o corredor ferroviário do Lobito (Angola) tão atractivo para as grandes potências mundiais?

O Presidente da República João Lourenço deu algumas respostas na entrevista que concedeu ao The New York Times, no quadro da visita de Joe Biden de três dias a Angola.

No referido pingue pongue, João Lourenço disse que a via-férrea, para além de beneficiar Angola, vai “encurtar a ligação entre o Oceano Atlântico ou Índico”.

A via, como perspectivou o estadista angolano, acaba ainda por ser mais relevante para o mundo face a insegurança reinante no Mar Velho, rota em que passam cerca de 12% do comércio global e 30% do tráfego de contêineres, transportando mais de 1 trilhão de dólares em mercadorias anualmente.

“Mesmo que se venha a resolver a situação de insegurança do Mar Vermelho, o Corredor do Lobito continuará, portanto, sempre em vantagem”, disse João Lourenço ao The New York Times.

Entretanto, tendo em conta as explicações do Presidente angolano, fica clara a razão pelo interesse do mundo.

A ideia dessa via-férrea, em Angola, nasceu de um irlandês, em 1906, sendo que o objectivo de concepção daquele período continua: controlar o fluxo e transporte de recursos minerais na RDC, na Zâmbia, e ligando ao Porto do Lobito, mantendo ligações ferroviárias com outros importantes portos da região. E na verdade, quem estiver sob o comando desta infra-estrutura poderá não só ditar regras de transporte. Ciente disso e mais… a China acorreu para ter o domínio, mas foi destronado pelos ocidentais, com os EUA à testa.

A batalha económica e geopolítica no Corredor do Lobito entre o Ocidente e o conhecido Dragão Vermelho ganha ainda maior repercussão face à actual necessidade tecnológica mundial, e quem tiver o controlo da via-férrea do Lobito pode obter muitas vantagens dado que a RDC, país parte da via, extrai mais de dois terços da produção mundial de cobalto, um componente necessário em muitos produtos eletrónicos modernos, especialmente no fabrico de baterias para veículos elétricos.

Portanto, como disse Joe Biden antes de deixar Angola, a África é o futuro, e as movimentações à volta do Corredor do Lobito dão uma ideia de como as potências mundiais estão de olho no continente berço.

CK

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