Janeiro 4, 2025

Angola não tem registo de casos de Febre Amarela desde o ano 2016, informa o Ministério Saúde , em nota enviada ao Jornal de Angola a propósito de uma matéria publicada, erradamente, na edição do dia 24 de Novembro do corrente ano, uma matéria, por este órgão.

Na notícia divulgada na página 7 da mesma edição, o Jornal de Angola citou o chefe de Departamento dos Cuidados de Saúde Primários, Keta Francisco por ocasião do Seminário Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários nos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorreu na cidade de Lisboa, Portugal.

A notícia que dá conta que entre as doenças maior incidência no país conste, a Febre Amarela, não corresponde à verdade e propósito, o órgão apresenta sinceras desculpas à entidade citada na matéria que por sua vez , representou o país naquele importante encontro e aos leitores através da reposição da verdade dos factos.

Durante o evento Keta Francisco, informou que a doença com maior incidência e mortalidade no país é a malária, seguindo-se por ordem de frequência o  Síndrome Gripal , Febre Tifoíde, Infecçoes Respiratórias Agudas (IRA) graves na população de cinco e mais anos e Pneumonia grave em menores de cinco anos.

Essas doenças , explicou que causaram 88,12 por cento do total de casos notificados pelo Sistem Nacional de Vigilância Epidemiológica em 2023.

No certame em que o responsável apresentou o tema sobre “Desafios e avanços dos Cuidados de Saúde Primários na perspectiva dos gestores dos Sistemas de Saúde”, sublinhou que o Executivo angolano está comprometido em continuar a investir num Serviço Nacional de Saúde mais robusto.

Keta Francisco destacou na ocasião que uma particular atenção é dada às questões que colocam  as pessoas no centro da sua actuação, respondendo às necessidades ao longo do ciclo de vida.

 No encontro , que visou, entre outros objectivos, a partilha de experiências dos CSP nos Estados-membros da CPLP, assim como experiências sobre os sistemas de saúde dos países para os Cuidados de Saúde Primários frisou que consta, ainda, das prioridades do Executivo diminuir as barreiras ao acesso aos serviços de saúde, nomeadamente geográficas, administrativas, financeiras, culturais e literacia.

Durante a intervenção, Keta Francisco falou sobre o Perfil Epidemiológico Nacional, caraterizado por doenças nãotransmissíveis, assistindo-se ao aumento de doenças crónicas não-transmissíveis, traumas provocados por acidentes de viação e violência, causando uma tripla carga de doenças.

De acordo com o responsável, as doenças crónicas não-transmissíveis estão a provocar a mudança do perfil epidemiológico do país, para uma tendência crescente, com destaque à hipertensão arterial e diabetes.

Em 2023, a malária, tuberculose, malnutrição e hipertensão provocaram 79,19 por cento do total de 15.512 óbitos. No primeiro semestre do ano em curso, foram notificados 99 casos de mortes por raiva.

Keta Francisco, sublinhou que essas doenças causram 88,12 por cento do total de casos notificados pelo Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em 2023.

No mesmo ano, a malária, tuberculose, malnutrição, IRA graves e a hipertensão causaram 79,19 por cento do total de 15.512 óbitos. Já no I semestre de Setembro do ano em curso, disse, foram notificados 99 casos de mortes por raiva, 189 por febre tifóide, 260 mortes causadas pelas diabetes, 581 por hipertensão arterial, 804 pessoas morreram de Sida, 1.515 menores de cinco anos perderam a vida por malnutrição grave, 1.876 devido à tuberculose e 7.123 óbitos por malária.

O Sistema Nacional de Saúde se configura como uma estrutura organizativa em rede e está hierarquizada em três níveis de administração sanitária e de atendimento, cujos objectivos consistem na melhoria do estado de saúde da população, de forma a responder às suas necessidades, disse, Keta Francisco.

Expansão da rede sanitária

Desde 2017, o Executivo angolano vem realizando um forte investimento na expansão da rede sanitária com o ganho de 192 novas unidades. Actualmente, o país conta com 3.347 unidades sanitárias nos três níveis de atenção, com destaque para o nível precário, que conta com 3.077, entre postos e centros de saúde e 173 hospitais. Dados do Ministério da Saúde revelam que em 2022 o país contava com 3.336 unidades sanitárias, em 2023 este número cresceu para 3.341, neste ano totalizam 3.347 unidades.

No que toca ao investimento em recursos entre o período de 2018 a 2020, o Ministério da Saúde realizou os dois maiores concursos públicos da história, que permitiu a inserção de 46.705 novos profissionais na carreira especial e regime geral, representando 46,1 por cento do total de força de trabalho do sector.

Deste número, 3.828 são médicos, 2.727 enfermeiros, 10.283 especialistas de diagnóstico e terapêutica, 3.792 para apoio hospitalar, 1.443 técnicos de regime geral e 83 assistentes sociais.

Actualmente, estão em formação, em todo o país, um total de 3.202 internos de especialidades em 39 programas de especialização, dos quais 598 em Medicina Geral e Familiar, 1.549 em Pós-média em Enfermagem e Ortoprotesia.

No que toca às especialidades, foram formados 2.275 médicos internos e 602 na categoria pós-média, durante o mesmo período, houve  actualizações das carreiras profissionais do regime especial, através de um incremento salarial, Aém disso, foram, também, criados novos subsídios, implementação dos gabinetes de Humanização, Ética e a revitalização do Gabinete do Utente nas unidades sanitárias do país.

Desafios estruturantes

O responsável avançou, ainda, elementos que se configuram como desafios no sector da Saúde em Angola, destacando a adequação da oferta de trabalhadores de Saúde prioritários, com competências e qualificações que concorrem às necessidades sanitárias da população, tendo em conta a dinâmica demográfica.

A redução das iniquidades no acesso e utilização dos serviços de saúde, a fraca referência e contra referência entre os três níveis e atenção e a melhoria contínua na prestação de cuidados essenciais, são outros desafios.

Por outro lado, referiu, impõem- se, também, os desafios de acesso aos Serviços de Saúde. A estes se juntam a intensificação das estratégias de proximidade e transformação dos postos e centros de saúde, a garantia da disponibilidade de profissionais de saúde, particularmente médicos de família, assim como o reforço da participação comunitária.

JA

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