Janeiro 4, 2025

Por ocasião do 1º de janeiro, Dia Internacional da Paz, o Mestre em Economia Gaspar Fernandes dos Santos compartilhou sua análise sobre a relação entre a paz e o desenvolvimento económico em Angola.

Em declarações à Imprensa esta quarta-feira (1), o responsável salientou que a paz e o progresso económico em Angola estão indissociavelmente ligados, formando um ciclo onde cada um impulsiona o outro.

“Angola, que emergiu de décadas de conflito, encontrou na paz a base necessária para reconstruir sua infraestrutura e melhorar a qualidade de vida da população” disse.

Gaspar Fernandes alerta que a paz deve ir além da simples ausência de guerra, sendo imprescindível a busca por justiça social e igualdade de oportunidades. “A paz não pode ser um conceito vazio. Ela deve ser acompanhada por políticas que combatam as disparidades económicas, caso contrário, arrisca-se a ser um castelo de cartas”, destacou o especialista.

O economista destaca alguns desafios para a consolidação da paz em Angola: a diversificação da economia, o desemprego juvenil e o endividamento público. A dependência excessiva do petróleo, que gera receita volátil e insustentável, e a falta de oportunidades de emprego, especialmente para os jovens, são factores que comprometem a estabilidade económica e social do país.

“O desemprego juvenil, sem perspectivas de melhoria, pode gerar um terreno fértil para a exclusão e o descontentamento social, o que pode abalar a paz”, afirmou.

Além disso, a corrupção e a falta de transparência nos processos de gestão pública agravam ainda mais as desigualdades e a falta de confiança nas instituições, minando os esforços para uma prosperidade compartilhada.

Gaspar Fernandes dos Santos enfatizou a importância da paz social como fundamento de um ambiente de negócios estável. A confiança dos investidores, nacionais e estrangeiros, depende da segurança, previsibilidade e de um clima de estabilidade, essenciais para o crescimento do sector privado.

“Quando a paz social é ameaçada, seja por desigualdade ou corrupção, a confiança nos negócios diminui, o que resulta num ciclo de estagnação”, alertou.

Segundo o economista, a paz social não é apenas um ideal moral, mas uma necessidade económica. “A paz deve ser sustentada por políticas que promovam a inclusão e o desenvolvimento equitativo. Sem isso, corremos o risco de ver novas formas de conflito, desta vez alimentadas pela desigualdade”, asseverou.

Para o economista, as políticas públicas têm um papel central na transformação da paz em desenvolvimento sustentável, defendendo a implementação de programas focados na erradicação da pobreza, na melhoria da infraestrutura e no fortalecimento dos serviços públicos essenciais, como saúde e educação.

“As políticas públicas precisam ser inclusivas, transparentes e eficientes. O combate à corrupção e a criação de um sistema fiscal justo são elementos fundamentais para garantir que os recursos sejam aplicados de forma eficaz e em benefício de todos”, afirmou.

Por fim, o economista destacou o papel crucial da juventude na construção de uma Angola mais pacífica e próspera. “Os jovens são a força transformadora do país. Com acesso à educação e oportunidades, eles têm o poder de impulsionar a inovação”, enfatizou.

O também docente universitário acredita que a paz em Angola deve ser vista como um processo contínuo, sustentado por políticas públicas inclusivas, uma distribuição equitativa da riqueza e pela participação activa de todos os cidadãos, especialmente os jovens. Sem isso, a paz poderá ser comprometida, transformando-se numa promessa vazia, incapaz de garantir prosperidade duradoura para o país.

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