O Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), parte integrante das Centrais Sindicais que movimentou a greve geral na função pública no pretérito ano, reagiu, através do seu Secretário Nacional, Ademar Ginguma, às manobras elaboradas pelo Executivo agora na hora de aplicar os acordos que levaram à suspensão da greve.
Redacção
O acordo prevê incremento salarial de 25% já em Janeiro de 2025, mas ontem o Governo avançou que isso poderá ser apenas no fim do primeiro trimestre (fim de Março) porque falta aprovação da Assembleia Nacional.
«O SINPROF, que pela CGSILA integrou a Comissão que negociou o Acordo Trienal com o Executivo a 28 de Maio de 2024, desconhece qualquer acordo adicional feito com a equipa do Governo no sentido do alargamento do prazo de implementação do reajuste salarial na função pública em 25%, conforme prevê o acordo. Ninguém prestou quaisquer esclarecimentos ao SINPROF, parte fundamental deste processo.»
Ginguma avançou que não cabe as justificações apresentadas pelo MAPTSS ontem durante a conferência de imprensa.
«Ademais, a justificação do Governo apresentada pelo Dr. Pedro Filipe do MAPTSS não colhe, na medida em que:
- O acordo foi rubricado em Maio de 2024;
- A verba adicional para fazer face à medida foi já prevista no OGE para o presente ano económico aprovado a 12 de Dezembro de 2024;
- Houve tempo suficiente para solicitar a dita “autorização” da Assembleia Nacional. Aliás, os deputados sequer estão de férias! O Conselho de Ministros que analisa de forma prévia essas matérias reuniu na sua última sessão no dia 27 de Dezembro. Porque razão não se debruçou sobre tal autorização e remetê-la com carácter de urgência à Assembleia Nacional?! Contem outra história…», rematou o Secretário do SINPROF.
Admar sublinhou que a paciência tem limites.
«Alguém anda a brincar com a paciência dos trabalhadores deste país», finalizou.
GREVE
Grande parte dos funcionários públicos, que viram-se traído pelo Governo, pedem activação da terceira fase da greve suspensa ano passado.