O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve três cidadãos chineses, que pretendiam colocar em funcionamento, no município de Cabiri, província de Icolo e Bengo, um centro para mineração de criptomoedas, informou, ontem, o porta-voz da corporação.
Redacção
Manuel Halaiwa informou que a infra-estrutura estava em construção numa zona privilegiada da região da Quiminha, a escassos metros de uma subestação de energia, onde os detidos queriam conectar os cabos para a operação de mineração, actividade proibida no país e que causaria danos na rede pública.
De acordo com Jornal de Angola entre os meios encontrados em posse dos detidos constam 15 Postos de Transformação (PT), de alta potência, para alimentar as máquinas, e 90 mil processadores de precisão de última geração, que dariam suporte à actividade ilícita.
Os cidadãos chineses, esclareceu, pagaram, de acordo com as investigações, mais de 100 milhões de dólares para a compra do material tecnológico, incluindo os processadores, avaliados em média a 1.200 dólares cada. O porta-voz do SIC realçou que o projecto era encarado com alguma relevância, mesmo desrespeitando as normas vigentes no país. “As investigações indicam que estes pediram à Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE) para que os PT fossem ligados à estação de tratamento, assim como pavimentaram mais de dois quilómetros de estrada e construíram edifícios de dois andares para acomodar os trabalhadores nacionais”.
Este ano, continuou, é o segundo caso em que foi desmantelado um local dedicado à mineração de criptomoedas na província de Icolo e Bengo. O primeiro foi desactivado no município do Sequele, onde foram, igualmente, detidos quatro indivíduos chineses e cinco angolanos, estes últimos na qualidade de prestadores de serviço.
A Lei nº 3/24, de 10 de Abril, recordou, criminaliza a actividade de criptomoedas e outros activos virtuais em Angola. “Com base na Lei, quem for encontrado a efectuar tal prática é passível de ter uma condenação de três a 12 anos de prisão”, alertou.