
A União Europeia (UE), através da estratégia “Global Gateway”, vai aprovar, este ano, um financiamento de 50 milhões de euros para apoiar o programa de desenvolvimento de cadeias de valor agrícola no Corredor de Lobito, anunciou, sexta-feira, no Lubango, a embaixadora do bloco comunitário.
Rosário Bento Pais, que falava durante a 10.ª reunião de direcção do programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), sublinhou que para além do Corredor do Lobito ser um ponto estratégico de transporte a nível mundial, vai contribuir para a diversificação económica e criação de empregos para os jovens residentes nas províncias adjacentes.
“A nossa prioridade em Angola, para os próximos anos, tem a ver com o desenvolvimento do Corredor do Lobito, visto não apenas como um corredor de transporte geoestratégico a nível mundial, mas sobretudo como um corredor com o potencial de diversificação económica e criação de emprego para os jovens”, referiu.
De acordo com a diplomata, a curto prazo o desenvolvimento do Corredor do Lobito permitirá reforçar um eixo económico de transporte deslocalizado da capital, Luanda, e mais próximo do Sul de Angola, uma forma de aproximar as províncias da região ao eixo de desenvolvimento económico do país e da região da África Austral.
Para além das atenções no desenvolvimento do Corredor do Lobito, Rosário Bento Pais garantiu a continuidade do Plano Multianual 2021-2027 em Angola, que abrange as áreas da “Boa governação” e “Desenvolvimento Humano”, que incidem na educação, formação profissional e “Diversificação económica”.
O processo de diversificação económica vai continuar a merecer a atenção do Bloco Económico europeu, através de acções concretas em sectores de actividades como as Pescas, Agricultura, Turismo Economia circular, entre outros.
Para a efectivação das três acções, explicou que será implementada uma estratégia global de investimento, denominada “Global Gateway”, com um fundo de de 403 milhões de euros.
Acções do FRESAN
Quanto ao balanço das acções desenvolvidas pelo programa FRESAN desde 2018 no país, destacou ter havido ganhos significativos com a implementação do projecto-piloto de reflorestação, através do lançamento ao solo de mais de meio milhão de bolas de sementes, que vai permitir o aumento das áreas florestadas, de solos férteis, abundância de pasto e bem-estar para pessoas e animais.
O FRESAN construiu 430 pequenas infra-estruturas hidráulicas que beneficiaram 230 mil pessoas, quase 40 por cento da população rural nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene.
Nestes sete anos, o programa desenvolveu, pela primeira vez, um pacote peda- gógico para a Educação no âmbito da Alimentação Saudável dos povos do Sul de Angola, incluindo o desenvolvimento da primeira tabela de composição nutritiva dos alimentos da região.
Entre os 19 projectos implementados pelo FRESAN, entre 2018 e 2025, destacam-se, ainda, “a capa- cidade de produção, graças aos equipamentos disponibilizados, capacitação técnica e a disponibilização de sistemas de irrigação”.
Nas províncias da Huíla, Cunene e Namibe foram desenvolvidos, nos últimos sete anos, projectos de capacitação em termos de segurança alimentar, nutrição para as crianças menores de cinco anos, alterações climáticas e riscos de desastres, que devem merecer a atenção do Estado angolano para se rentabilizar os 65 milhões de euros investidos nas três províncias.
JA