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Estados Unidos aprova vacina contra VIH/Sida

A Administração norte-americana para a Alimentação e Medicamentos (FDA) aprovou, quarta-feira, o primeiro tratamento preventivo contra o Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH), revelou o fabricante do medicamento, a Gilead Sciences.

O medicamento, denominado Yeztugo (lenacapavir), destina-se a reduzir o risco de contracção do VIH, vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida), por via sexual em adultos e adolescentes, com um peso mínimo de 35 quilos.

O inibidor injectável bianualmente é, de acordo com informações divulgadas pela Lusa, a primeira e única opção disponível nos EUA para pessoas que necessitem ou queiram o tratamento.

O presidente e director executivo da Gilead, Daniel O’Day, considerou a aprovação um momento decisivo na luta de décadas contra o VIH. Os ensaios clínicos, realçou, mostraram que 99,9 por cento dos participantes que receberam o tratamento permaneceram seronegativos.

“O Yeztugo vai ajudar-nos a prevenir o VIH a uma escala nunca antes vista. Temos agora uma forma de acabar com essa epidemia de uma vez por todas”, acrescentou.

O médico Carlos del Rio, co-director do Centro Emory para a Investigação da Sida, em Atlanta, Geórgia, nos EUA, afirmou que a injecção bianual poderá permitir ultrapassar “largamente” as principais barreiras, entre as quais o estigma, que as pessoas com regimes de dosagem frequentes, especialmente a medicação oral diária, enfrentam.

Mais-valia

Em declaração ao Jornal de Angola, sobre a medida, o cirurgião Cruz Vieira considerou de extrema importância a distribuição da vacina e um ganho em termos científicos. “É um alívio para todos e marca o fim da doença do século”.

Por causa do estigma e descriminação muitos pacientes morrem desta doença, na maioria dos países subdesenvolvidos, e com a vacina haverá uma mudança no paradigma actual, em especial nas questões relacionadas com os métodos de prevenção e tratamento da doença.

“O sistema de saúde estará mais fortificado desta forma e vai ser uma forma de apostar mais na prevenção, a partir de sensibilização e mobilização de todos os meios possíveis nas comunidades”, concluiu.

Para a médica interna de infectologia Kátia Barbas, a vacina é um avanço significativo que vai oferecer uma opção promissora na redução da infecção pela doença até então considerada sem cura. “Pela percentagem de eficácia divulgada nas notícias, a vacina é, por si só, um ganho e vai ajudar a acabar com o VIH”, referiu.

O médico interno Augusto Teixeira considera a aprovação da distribuição da vacina contra a doença do século um marco histórico, depois de décadas em busca de uma vacina para a cura. “É uma mais-valia no combate da doença que tem dizimados milhares de pessoas, sobretudo na região da África subsariana”, destacou.

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