A intérprete Teidy Cawissi é a grande vencedora da 28ª Edição do Festival da Canção de Luanda, arrebatando, igualmente, o Prémio Zimbo de Melhor Voz, com a canção “Acredite”.
A artista conquistou, em ambos os prémios, um cheque no valor de dois milhões e quinhentos mil kwanzas, enquanto o compositor Bernardo Silva arrecadou dois milhões de kwanzas pela sublime mensagem de esperança e emoção contida na letra.
Oriunda da província do Huambo, Teidy Cawissi explicou que canta e escreve há muito e encontrou, no festival, um palco onde pudesse ser valorizada pelas duas qualidades, tendo sido encorajada a participar pelo tio.
“Gratidão a todas as pessoas que me apoiaram. Estou muito feliz. É a realização do sonho de uma artista que acreditou profundamente. Foi uma grande aprendizagem estar nesta edição do Festival da Canção de Luanda”, disse.
Realizada na sexta-feira, em Luanda, e promovida pela emissora Luanda Antena Comercial (LAC), a 28ª Edição contou com a participação de dez concorrentes e homenageou a histórica cidade de Mbanza Kongo.
O evento galardoou, ainda, com o prémio LAC Unitel, o concorrente Kelvin Lino, escolhido pelo público, com a canção “Camicaze do Amor”. Foram, igualmente, atribuídos os prémios Kianda Connect, para Melhor Letra, pelo corpo do jurado, ao concorrente Silger Sam, com a canção “Ouvi Dizer”, e o de Melhor Intérprete a Noel Eugénio “Robezskill”, com a canção “Tchianda Yetu”.
“Saio daqui com um sentimento de gratidão, porque esta edição foi uma jornada de aprendizado e trabalho árduo. Não foi fácil estar em palco e manter o controlo para que tudo corresse na perfeição. Daqui para frente podem esperar de mim muita entrega, dedicação e projectos novos”, prometeu Noel Eugénio.
Rapsódia brutal e o bom “Sem Querer” de C4Pedro
Um dos momentos altos do evento foi a rapsódia, conduzida pelo músico Júlio Gil, pela riqueza temática e tributo a grandes vozes do cancioneiro angolano e às suas diásporas, com destaque para o emblemático Manuel de Oliveira, um dos precursores da moderna rumba congolesa, elevada a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Júlio Gil, Kiaku Kyadaff, Rainha Ginga, Branca Celeste, Alexandra, Esperança Mirakiza e Nlendy foram brilhantes ao interpretarem grandes nomes da música angolana, como Teta Lando, Ricardo Lemvo, Sam Manguana, Waldemar Bastos e Kunono Mundele.
A actividade, marcada por fortes emoções, foi abrilhantada pelo músico C4 Pedro. O convidado teve uma performance vibrante, marcada pela fusão de ritmos, viajando pelos sucessos “Sem Querer”, “Morena Achada”, “Cofres do Céu”,“Tu és a Mulher”, “Bo Tem Mel”, entre outros, que lhe valeram o título de um dos maiores nomes da actualidade musical da lusofonia. A 28ª Edição do Festival da Canção de Luanda reafirmou-se como uma plataforma essencial para a promoção da nova música angolana e o resgate das memórias culturais que unem o passado e o presente do país.
“É um marco, porque esta edição celebra os 50 anos da Independência Nacional, por isso, trouxemos esse tema que nos convoca a todos, enquanto país, para as grandes conquistas da cultura. Esta é uma festa da música e da cultura, que ganha proporções nesses 28 anos em que realizamos”, disse Carla Romero, directora executiva do Festival.
A cada ano, sublinhou Carla Romero, fica sobre a organização a responsabilidade de melhorar as anteriores, uma façanha de quase quase trinta anos a concretizar este festival que deu palco a muitas vozes consagradas da música angolana.
O júri desta edição foi composto por Rosa Aires, professora de canto, os músicos Lito Graça e Toty Samed, a actriz Lesliana Pereira e o jornalista Manuel Quizembo, afecto à LAC.
JA