A emissão de dívida de Angola no valor de 1,75 mil milhões de dólares traz um “alívio de liquidez”, considerou, este domingo, a consultora Oxford Economics.
Para a Oxford Economics, embora a nova emissão proporcione a Angola um alívio de liquidez no contexto do seu pesado fardo de amortizações externas, “continuamos preocupados com as elevadas necessidades anuais de financiamento bruto deste produtor de petróleo e com o elevado rácio da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Na análise enviada aos clientes, e citada pela Lusa, o departamento africano desta consultora refere, ainda, que mantém “uma perspectiva cautelosa sobre a situação orçamental, considerando os níveis dos preços do petróleo Brent”, que estimam ser de cerca de 80 dólares por barril a médio prazo.
“O dinheiro extra poderia ajudar a amenizar o impacto de novos cortes nos subsídios, financiando políticas que compensem o impacto negativo a curto prazo”, acrescentam os analistas, apontando que o país recebeu, com a emissão, “um alívio muito necessário, aproveitando uma janela de preços favorável para emitir os tão esperados novos instrumentos de dívida”.
O financiamento de 1,75 mil milhões de dólares “pode ajudar a amortecer o impacto das medidas de austeridade impopulares, permitindo ao Governo avançar com reformas fiscais cruciais” para garantir a aposta na diversificação económica e infra-estruturas reprodutoras do investimento.
Na visão da Oxford Economics, “o clima macroeconómico de Angola tem mostrado sinais promissores de melhoria após um início de ano desafiante”, com as reformas, o aumento dos preços do petróleo e da produção a garantirem “uma certa estabilidade na economia”, que originou uma descida dos juros exigidos pelos investidores para cerca de 10%, o limite a partir do qual o país considerava impossível aceder aos mercados.