
Uma encarregada de educação de uma estudante da 12.ª classe do Instituto Médio Politécnico de Geociências (IMPG), em Luanda, denunciou a existência de um grupo suspeito de pais e encarregados de educação que estaria a tentar criar instabilidade nas escolas, com alegadas intenções de rapto de estudantes e chantagens contra a instituição.
De acordo com o relato da encarregada, que prefere manter o anonimato por razões de segurança, tudo começou quando foi inserida num grupo de mensagens criado supostamente por pais e encarregados de educação do IMPG.
O grupo, segundo a mesma, discutia estratégias para pressionar o Ministério da Educação a reduzir o valor das propinas das 12.ª e 13.ª classes para 40 mil kwanzas, mas usava expressões codificadas que levantaram suspeitas.
“Falavam em código, dizendo ‘Sem Rasto’, que depois percebi significar ‘Rapto de Estudantes’. Fiquei muito preocupada com o que ouvi e vi nesse grupo”, afirmou a denunciante ao nosso portal, acrescentando que foi convocada para uma reunião presencial no passado sábado, 18 de Outubro, na zona da rotunda do Gamek.
Durante o encontro, conforme o testemunho, foram apresentadas várias ideias consideradas perigosas, entre as quais fotografar colaboradores e promotores da escola para difamação nas redes sociais, colocar produtos químicos nas salas de aula para provocar desmaios, e incitar os alunos a interromperem as aulas tudo com o suposto objectivo de forçar o encerramento da instituição.
Outra encarregada de educação, também em anonimato, confirmou ter sido adicionada a um grupo semelhante, onde alguns alunos são usados para recolher os contactos dos pais e inseri-los nas conversas.
“Muitos pais nesses grupos são inocentes e não percebem que estão a ser manipulados. Participei numa dessas reuniões e percebi que o foco não era o bem-estar dos nossos filhos, mas sim criar confusão”, lamentou.
As denúncias dão conta ainda de que o movimento se poderá estender-se a outros colégios do ensino técnico, o que aumenta as preocupações entre pais e responsáveis.
Diante da gravidade das acusações, os encarregados de educação apelam à intervenção urgente das autoridades policiais e educativas, para investigar os factos e garantir a segurança dos estudantes e funcionários das instituições de ensino.
“Peço encarecidamente a intervenção da polícia e das autoridades competentes, porque o que está em curso é muito grave. Os pais precisam estar atentos e proteger os seus filhos, daí que faço a denúncia pública e mostro o rosto deles através dessa fotografia “, reforçou a denunciante.
A nossa reportagem contactou a Direcção do Instituto Médio Politécnico de Geociências (IMPG) que prometeu pronunciar-se brevemente sobre o assunto.
Tendo em conta o Decreto Executivo Conjunto n.º 187/23, de 1 de Setembro, o Instituto Médio Politécnico de Geociências (IMPG) procedeu, no presente ano lectivo, ao reajuste das propinas em 20,74%, medida que visa melhorar as condições de ensino e reforçar a qualidade dos serviços prestados aos estudantes.