Conhecer as conquistas da China na governação ambiental e no desenvolvimento verde foi o principal objectivo que levou, esta terça-feira, um grupo de jornalistas de diversos órgãos de comunicação social de países de Língua Portuguesa, incluindo Angola, a visitar a primeira barragem hidroeléctrica construída na República Popular da China.
Situada entre as cidades de Sanmenxia, nas províncias de Shanxi e Henan, a barragem foi construída entre Abril de 1957 e Abril de 1969, tendo sido interligada à rede nacional em 1973.
Com sete grupos geradores, a estrutura tem capacidade para produzir 1,8 mil milhões de quilowatts/hora. Ao longo do Rio Amarelo, existem actualmente 33 barragens.
Apesar de ser a primeira construída no país, a barragem de Sanmenxia é a de menor capacidade instalada, conforme explicou a guia senhora Wu, acrescentando que a velocidade da água atinge 8 mil metros cúbicos por segundo.
Com um investimento de 940 milhões de Yuan (moeda nacional chinesa), o projecto gerou mais de 80 mil postos de trabalho directos, segundo Wu, que valorizou a visita dos jornalistas, dos quadros do Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR) e do Ministério das Relações Exteriores de Angola, no âmbito da formação sobre “Desenvolvimento e Cooperação de Mídia em Países de Língua Portuguesa”, que decorre de 14 de Outubro a 2 de Novembro.
Durante a visita, acolhida com satisfação pela Direcção da barragem, os jornalistas de Angola, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe receberam explicações sobre o funcionamento da usina, que abastece energia eléctrica a nível nacional e conta com quatro ilhas equipadas com tecnologia de ponta.
Segundo Wu, é o único projecto hidráulico com 156 metros de altura, possuindo ilhas com nomes simbólicos e espirituais. A responsável explicou ainda que a barragem realiza descargas de manutenção e que, de Julho a Outubro, a cor da água muda para branca devido ao aumento do fluxo.
Destacou que a menor das três ilhas possui mais de 10 mil anos de existência, sendo considerada histórica. O tabuleiro superior está situado a 106 metros da base inferior da água, altura equivalente a um edifício de 20 andares.
“Esta é a primeira barragem construída ao longo do Rio Amarelo. Desde a concepção até à conclusão, contou com o apoio directo do primeiro-ministro da época”, afirmou Wu, destacando que esse compromisso está registado na exposição fotográfica apresentada aos jornalistas e quadros participantes da formação.
O grupo de jornalistas e representantes angolanos manifestou orgulho por serem os primeiros cidadãos de Angola a visitar a primeira barragem da China desde a fundação da nação.
Para Fiança Muanha, quadro do Ministério das Relações Exteriores de Angola, a tecnologia observada “vai ao encontro dos desafios do Executivo angolano, que tem investido na interligação das províncias através das barragens de Laúca e Cambambe”.
“Por aquilo que vimos, Angola está num bom caminho. No passado tínhamos limitações, mas hoje a energia é mais abrangente. Antes, muitas famílias dependiam de geradores, e hoje estão ligadas à rede nacional, o que reduz custos”, sublinhou.
Já Abdulay Quaresma, jornalista da Televisão Pública de São Tomé e Príncipe, considerou a experiência “incrível”, destacando que a barragem “reflecte a organização industrial e infraestrutural da China, um exemplo a ser seguido por outros países do mundo”.
Por sua vez, Mariane Fernandes, assessora-chefe de Comunicação da Secretária de Estado da Casa Civil de Minas Gerais (Brasil), ressaltou que participar num evento de tamanha dimensão “é uma experiência valiosa tanto pessoal quanto profissionalmente”.
“Estar acompanhada de países amigos de Língua Portuguesa torna este intercâmbio cultural ainda mais rico. É inspirador conhecer o início da história chinesa, visitar museus, templos e aldeias, e compreender a profundidade da sua civilização e cultura”, acrescentou.
Concluiu destacando que partilhar esta vivência com países lusófonos reforça os laços de amizade e cooperação, e enriquece a experiência proporcionada pelo Governo da China.
JA