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Activista acusa regime de roubar a independência e manter o povo na miséria

O activista cívico e coordenador do Movimento FURIA-99, Pedro Paka, denunciou nesta terça-feira, 11 de novembro, o que considera ser uma “falsa independência” em Angola. Passados 50 anos desde a proclamação, o país continua, segundo ele, “preso à pobreza, à repressão e à desigualdade social”.

 

Em entrevista à Deutsche Welle (DW), por ocasião do quinquagésimo aniversário da independência nacional, Paka acusou as elites políticas e económicas de terem “roubado a independência ao povo angolano”.

 

“Não há independência verdadeira enquanto o povo continua escravizado pela fome e pela injustiça. A independência que nos prometeram foi roubada — substituída por um sistema que silencia vozes, mata sonhos e persegue quem ousa falar em nome da verdade”, declarou o activista.

 

O líder do FURIA-99 lamentou que as riquezas naturais acumuladas ao longo de meio século beneficiem apenas uma pequena elite ligada ao poder, enquanto milhões de angolanos permanecem sem acesso a serviços básicos como educação, saúde e habitação.

 

“Durante meio século, as riquezas de Angola serviram para enriquecer uma minoria, enquanto milhões vivem sem escola, sem saúde, sem casa, sem futuro”, criticou.

 

O também defensor dos Diretos Humanos defende que a verdadeira independência só será alcançada quando houver igualdade de oportunidades e justiça social, apontando as novas gerações como o motor da mudança.

 

“As novas gerações não pedem luxo — pedem dignidade. E a dignidade começa quando o povo deixa de ter medo”, concluiu.

 

Refira-se que durante as comemorações dos 50 anos da Independência nacional, assinalados terça-feira, 11 de Novembro, vários activistas que tencionavam se manifestar um pouco por todo o país contra a fome, miséria e injustiça social, foram detidos pelas autoridades policiais e libertados mais tarde.

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