A construção civil em Angola é um sector crítico, frequentemente associado à reconstrução do país pós-guerra. Entre os protagonistas desse cenário, está Óscar Tito Cardoso Fernandes, cujo nome aparece em diversas empresas listadas em múltiplas edições do Diário da República, sendo que, a mais notável é a ENGEVIA – Construção Civil e Obras Públicas, Lda.
Tito Cardoso Fernandes assegurado por Edeltrudes Costa.
A sua proteção por Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar Costa é justificada pelo facto de as empresas onde tem interesses (TELHABEL e MCA – Manuel Couto Alves), terem participado e materializado o sonho do director Edeltrudes Costa em erguer o luxuoso empreendimento que tem no Kikuxi em parceria com a OMATAPALO, do Governador de Luanda, Luís Nunes.
O empresário enfrenta alegações de desvio de fundos públicos e pagamento de luvas a jornalistas e figuras influentes para proteger sua imagem. Segundo a investigação, William Oliveira, associado a Óscar Tito, seria responsável por subornar jornalistas em Angola e no exterior.
Apesar dessas acusações, a Procuradoria Geral da República (PGR) e a Inspeção Geral da Administração do Estado (IGAE) não confirmaram a abertura de inquéritos contra o empresário.
Proteção no poder
Óscar Tito é descrito como “intocável” devido à proteção de Edeltrudes Costa, homem de confiança do Presidente João Lourenço. Essa relação é reforçada por laços familiares e interesses económicos mútuos, como a construção de um empreendimento de luxo no Kikuxi em parceria com a OMATAPALO, de Luís Nunes, governador de Luanda.
Especialistas apontam que investigar a fortuna de Óscar Tito pode revelar a extensão dos interesses econômicos de Edeltrudes Costa e os conflitos de interesse no círculo próximo do poder.
Tentativas de contraditório
Este portal contactou Óscar Tito através do e-mail corporativo da BDM. Inicialmente, o empresário aceitou conceder uma entrevista no dia 24 de Janeiro, às 10h, no hotel Tivoli, em Luanda. No entanto, o encontro foi cancelado por indisponibilidade do empresário.
A reportagem também procurou esclarecimentos junto ao procurador Álvaro João, porta-voz da PGR, mas até ao fecho desta matéria, nenhuma resposta foi obtida.

