12 de Outubro, 2025

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, afirmou, sabado, em Lomé (Togo), ser “imperativo que África, num Mundo em transformação, reafirme o controlo total sobre a sua agenda de paz e segurança, ao mesmo tempo que consolide a sua autonomia estratégica.”
De acordo com uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, Téte António teceu tais declarações na 2.ª Edição do Fórum de Paz e Segurança de Lomé (LPSF II), onde interveio na qualidade de presidente do Conselho Executivo da União Africana.

Ao se dirigir aos presentes, o chefe da diplomacia angolana falou sobre a forma do continente operar transformações num contexto global, marcado por uma rápida alteração do equilíbrio geopolítico.
O responsável destacou ainda a competição entre grandes potências ocidentais e a exploração de interesses económicos e políticos que influenciam directamente a dinâmica africana.

Segundo Téte António, “as ameaças à paz e à estabilidade no continente con- tinuam múltiplas e interligadas, como os conflitos armados, terrorismo, extremismo violento, crimes transnacionais, alterações inconstitucionais, efeitos das alterações climáticas e a insegurança alimentar.”

O diplomata acrescentou, também, que as rivalidades étnicas e religiosas, bem como a insatisfação generalizada, por conta das precárias condições sociais e económicas, aliadas às limitadas perspectivas de emprego são factores que levam os jovens a recorrer a grupos armados e extremistas.

Sobre a actuação da União Africana, o ministro ressaltou que a organização tem realizado diversas iniciativas, com base numa abordagem colectiva, assente na ideia de soluções africanas para os desafios africanos, promovendo, desta forma, uma ampla coordenação entre actores nacionais, regionais e internacionais.

O objectivo, segundo Téte António, é fomentar o desenvolvimento sustentável tão aguardado pelo continente africano. Nesta missão, o diplomata angolano destacou o “papel fundamental desempenhado pelo Conselho de Paz e Segurança Organização da União Africana, através da Arquitectura de Paz e Segurança, na resolução de situações de conflito no continente e na implementação de estratégias holísticas e inter-sectoriais.”

Estas estratégias, de acor- do com Téte António, integram a prevenção de conflitos, a resposta a crises e à consolidação da paz, com a promoção, ao mesmo tempo, de uma colaboração mais estreita entre os vários intervenientes envolvidos.

Destacados esforços da União Africana
Particularmente sobre Angola, Téte António disse que o país elogia os notáveis esforços empenhados pela União Africana, no combate às múltiplas ameaças à paz e à estabilidade, incluindo o crime transnacional, o terrorismo e conflitos internos de diversas naturezas.

Na sessão, o ministro Téte António expressou, em nome do Presidente João Lourenço, Chefe de Estado angolano, Presidente da União Africana e Campeão para a Paz e Reconciliação em África, o reconhecimento do Presidente do Togo, Faure Gnassingbé pelo seu “compromisso inabalável com a paz, com a unidade e progresso do continente.”

O evento realizou-se sob o tema “África enfrenta desafios complexos de segurança: Como construir e consolidar a paz e a estabilidade num Mundo em mudança”.

As discussões centraram-se na construção da paz, estabilidade e resiliência em África, na identificação de soluções práticas, criativas, adequadas e duradouras para as complexas ques- tões de segurança do continente, bem como no refor- ço da cooperação regional e internacional.

O encontro reuniu decisores políticos, diplomatas, representantes de organizações regionais e internacionais, especialistas em mediação, investigadores, académicos e líderes da sociedade civil.

Prestigiaram o evento, o antigo Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, o presidente do Fórum de Lomé sobre Paz e Segurança, Abdisaid Muse Ali, o Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a África Ocidental (UNOWAS), Leonardo Simão, o Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para a Região dos Grandes Lagos, Huang Xia, e o Secretário-Geral da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA), Wankele Mene.

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