Janeiro 2, 2025

Líderes religiosos no Cuando Cubango afirmaram que a implementação da Divisão Político-Administrativa (DPA) vai minimizar as dificuldades que a maior parte dos cidadãos na província enfrentam diariamente na procura dos bens e serviços essenciais para o seu bem-estar social.

O secretário para a cooperação da Aliança Evangélica de Angola (AEA) no Cuando Cubango, pastor Jacob João Cambala, disse, ao Jornal de Angola, que a Divisão Político-Administrativa será uma mais-valia, tendo em conta os benefícios que trará às populações que percorrem longas distâncias à procura de bens e serviços, muitos dos quais encontrados apenas na cidade de Menongue, tendo de percorrer  400 e 700 quilómetros se se deslocarem de  Mavinga e Rivungo, respectivamente.

 “A cidade de Menongue é o único município do Cuando Cubango que possui todos os serviços sociais e essenciais, situação que obriga a que as populações de Mavinga, Rivungo e Dirico, zonas consideradas mais longínquas e de difícil acesso da província, tenham de percorrer longas distâncias para terem acesso a estes benefícios”, apontou o líder religioso. 

 Jacob João Cambala disse que, com a implementação dos projectos e infra-estruturas sociais em todos os municípios, o Executivo angolano pretende mitigar as dificuldades que as populações locais atravessam.

 Acrescentou que esta importante iniciativa vai permitir um desenvolvimento sustentável nas duas províncias a serem criadas, visto que “no Cuando Cu-bango falta muita coisa para o desenvolvimento que se pretende”.

 Disse que, com a elevação de algumas comunas à categoria de município, o Executivo conseguirá de forma contínua e sustentável alocar orçamentos que poderão alavancar o desenvolvimento das distintas regiões, proporcionando melhores condições de vida a todas populações.

 Salientou que a falta de infra-estruturas rodoviárias, habitações para os técnicos, hospitais, escolas, energia eléctrica e água potável fará parte do passado com a DPA no Cuando Cubango, tendo em conta que as distâncias que separam uma localidade da outra serão reduzidas e os agricultores poderão escoar os produtos do campo com maior regularidade.

 Jacob João Cambala disse que, para o êxito deste desiderato, é necessário que o Executivo aposte cada vez mais no programa de combate à corrupção, para que os governantes possam estar mais comprometidos em trabalhar em prol do bem-estar das populações da província.

“O programa de combate à corrupção deve incentivar os principais gestores e governantes do país a trabalharem de modo a resolver os problemas das populações, que tanto almejam ver a província do Cuando Cubango a sair do marasmo em que se encontra há vários anos”, realçou.

 Frisou que as riquezas do país e os orçamentos para os diversos projectos estruturantes devem ser distribuídos equitativamente aos beneficiários.

Jacob João Cambala disse, ainda, que o Executivo deve doravante consultar também a sociedade civil para a escolha dos governadores, administradores municipais e comunais em algumas regiões, tendo em conta que as realidades de cada uma apresenta diferenças.

“Os políticos devem abster-se de promessas que não podem ser concretizadas. Há muitas lamentações no seio das populações do país, em particular na província do Cuando Cubango que durante o período de guerra foi muito fustigada e até ao momento ainda são visíveis os vestígios que estes confrontos causaram a todos”, lembrou.

Ideia genial na perspectiva do moderador do Conselho das Igrejas Cristãs em Angola

Para o moderador do Conselho das Igrejas Cristãs em Angola (CICA) no Cuando Cubango, Júlio Simão Sikembe, a DPA da província é uma ideia genial por parte do Executivo, tendo em conta que trará inúmeras valências para a população da região, com a implementação de vários projectos infra-estruturais.

Júlio Simão Sikembe disse que a DPA do Cuan-do Cubango trará o desenvolvimento sustentável da região, os munícipes estarão mais próximos das sedes capitais e dos serviços básicos, tais como, água, energia eléctrica, saúde e educação para a execução das suas actividades.

Segundo o prelado, o Executivo deve apostar na construção de infra-estruturas rodoviárias, residências, unidades sanitárias, escolas, instituições do ensino superior, agricultura,  através da abertura de centros de formação técnico-profissional, acesso ao emprego, crédito e outros benefícios para que a população das províncias a serem criadas sinta os benefícios da Divisão Político-Administrativa.

 “Não basta apenas dividir a província, mas erguer várias infra-estruturas sociais que visam dar maior dignidade, principalmente os que vivem ao longo da orla fronteiriça entre o Cuando Cubango, a Namíbia e Zâmbia, que, por falta dos serviços básicos nas suas circunscrições, se deslocam às vizinhas Repúblicas em busca dos mesmos”, disse.

Acrescentou que a aposta no sector agrícola pode ser a forma mais viável para que em curto espaço de tempo se produza o suficiente para alimentar o mercado local e ter um excedente para ajudar as pessoas mais vulneráveis em toda a região.

 Júlio Simão Sikembe disse que urge a necessidade de encontrar-se mecanismos para incentivar a produção local dos produtos da cesta básica, para que se mitigue a fome e a pobreza, melhorar a fonte de rendimento de milhares de famílias angolanas carenciadas.

“É necessário o engajamento de todos os actores, visto que a província do Cuando Cubango é rica em recursos hídricos e terras aráveis para apostar-se seriamente na agricultura com todas as valências e consequentemente no desenvolvimento da agro-indústria”, concluiu.

JA

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