Janeiro 6, 2025

 

Os Chefes de Estado e de Governo da União Europeia (EU) reunidos, desde ontem, em Bruxelas, na Cimeira do Conselho Europeu, analisam o apoio político e militar à Ucrânia. O evento contou, ainda, com a participação do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e do Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, que discursou na abertura do encontro.

Naquela que é a primeira cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos 27 desde que se assinalou o primeiro aniversário do início da ofensiva militar russa, a 24 de Fevereiro de 2022, os líderes europeus voltaram a discutir o apoio da UE à Ucrânia.

Apesar de a Ucrânia voltar a marcar o Conselho Europeu, à imagem do sucedido ao longo do último ano, os líderes da UE têm ainda em agenda outros tópicos, a maioria de cariz económico, designadamente a estratégia do bloco comunitário para melhorar a competitividade a longo prazo e aprofundar o mercado único, na sequência de recentes propostas apresentadas pela Comissão Europeia, e a política energética e comercial dos 27, assim como uma “breve” discussão sobre migrações.

Na carta-convite dirigida na terça-feira às capitais europeias, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, recordou a participação de António Guterres numa Cimeira em Junho de 2021 e disse esperar que, tal como nessa ocasião, haja “um intercâmbio frutuoso sobre questões geopolíticas chave e desafios globais”. Fontes diplomáticas afirmaram que António Guterres trouxe consigo questões atinentes às repercussões da guerra na Ucrânia, sobretudo do ponto de vista da segurança alimentar, o combate às alterações climáticas e ainda a arquitectura financeira internacional e a sua relação com a ajuda ao desenvolvimento.

Zelensky juntou-se, em videoconferência, aos líderes da UE, onde forneceu um retrato da situação no terreno na guerra que opõe a vizinha Rússia, e as necessidades do país, o que sucede pela oitava vez desde o início da guerra.

“Reafirmamos, como sempre, o nosso compromisso inabalável de ajudar a Ucrânia. Isto inclui a prossecução do trabalho sobre responsabilidade (dos perpetradores de crimes de guerra), sobre a utilização de bens russos congelados e a mobilização da comunidade global em apoio à ordem internacional baseada em regras” e o aumento da pressão colectiva sobre a Rússia, escreveu Charles Michel na carta dirigida aos 27.

O presidente do Conselho Europeu sublinhou que, desde a cimeira de Fevereiro, a UE tem “vindo a trabalhar no aumento urgente da produção e entrega de munições à Ucrânia”.

Na segunda-feira, numa reunião conjunta de ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE, os 27 aprovaram um pacote de dois mil milhões de euros para produzir e disponibilizar munições de grande calibre à Ucrânia, sendo o objectivo entregar um milhão de munições de artilharia ao exército ucraniano nos próximos 12 meses.

Hoje, terá lugar uma Cimeira do Euro, em formato inclusivo — com a participação alargada aos Estados-membros que não fazem parte do espaço da moeda única -, e que contará também com dois convidados, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, e a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que deverão abordar com os líderes dos 27 os recentes ‘choques’ no sistema financeiro, à luz do colapso do banco norte-americano Silicon Valley Bank, e das dificuldades do Credit Suisse, assim como a inflação.

JA

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *