Outubro 7, 2024

O Leste da República Democrática do Congo (RDC) tem sofrido um “aumento acentuado” da violência desde Dezembro, com mais de 700 civis mortos por milícias, disse, esta segunda-feira, o Secretário-Geral da ONU.

“A situação de segurança deteriorou-se ainda mais nas três províncias orientais da República Democrática do Congo (Ituri, Kivu do Norte e Kivu do Sul) com um forte aumento da violência perpetrada principalmente pelas Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), a Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) e o M23”, disse Guterres, no seu relatório trimestral sobre o país.

Ituri tem o maior número de vítimas mortais devido a “um aumento das mortes cometidas principalmente pelas ADF, o grupo Zaire e o Codeco”.

Assim, entre 1 de Dezembro do ano passado e 14 de Março, foram mortos 485 civis, incluindo pelo menos 82 mulheres e 51 crianças, em comparação com 114 civis mortos nos três meses anteriores. Nas diferentes regiões de Kivu do Norte, os ataques perpetrados principalmente pelas ADF e os grupos Mai-Mai e M23 provocaram mais de 200 mortos.

No extremo Norte da província em particular, as ADF são responsabilizadas pela morte de 187 civis, incluindo 69 mulheres e 20 crianças, em ataques entre 1 de Dezembro e 15 de Março.

No chamado Petit Nord, os combates continuaram entre o exército da RDC e o M23, que “alargou as suas áreas de controlo e ocupação” e matou 43 civis. Na província do Kivu do Sul, “grupos armados estrangeiros e locais continuaram a cometer actos de violência contra civis”, ma-tando 26 pessoas entre 01 de Dezembro e 31 de Janeiro.

O Secretário-Geral da ONU também está preocupado com as violações dos direitos humanos no país, principalmente por grupos armados. Pelo menos 628 pessoas foram sujeitas a execuções extrajudiciais ou sumárias (465 homens, 111 mulheres e 52 crianças), um “aumento significativo” principalmente ligado à multiplicação de ataques mortais pela Codeco, ADF e M23 no Kivu do Norte e Ituri.

JA

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