Dondo – A cidade do Dondo, sede do município de Cambambe, prepara – se para assinalar, a 28 deste mês, 50 anos de existência, desde que foi elevada a esta categoria.
Actualmente, Dondo é sede do município de Cambambe, conhecida como uma das cidades mais quentes do país e foi até à década de 80 o quarto parque industrial do país.
Com uma população estimada em mais de 57 mil habitantes, Dondo limita à Norte com o município de Cazengo (Cuanza Norte), a Leste com os municípios de Cacuso (Malanje), à Oeste com Luanda e à Sul com o rio Kwanza.
A sua população é heterogenia, além dos nativos, acolhe povos oriundos dos vizinhos municípios do Libolo, no Cuanza Sul, de Cacuso, em Malanje, da Quiçama, província de Luanda e uma minoria do grupo étnico- linguístico Bacongo.
A história do Dondo remonta ao século XIV, ao acolher, em 1625 a maior feira comercial do reino do Ndongo, afluída por caravanas comerciais das Lundas Norte e Sul, da Quibala (Cuanza Sul) e do Bié.
Passou à sede do concelho, em 1857 e em 1870 tornou-se vila e sede do município de Cambambe, em homenagem ao soberano soba Cambambe, que emigrou para a cidade baixa, devido à perseguição dos colonos portugueses, na aldeia onde vivia, situada a 17 quilómetro do actual centro da cidade.
Em 1941, a vila do Dondo beneficia do ramal ferroviário, prolongado do Zenza- do- Itombe, através do caminho- de- ferro de Luanda, na ligação com a província de Malanje, facto que deu origem ao início da construção da barragem de Cambambe, em 1958. Em 28 de Maio de 1973 foi proclamada cidade.
Foi nesta esteira, que se constituíram os factos políticos, que deram lugar à antiga e minúscula aldeia de Mbanza Cabaza, que viria a evoluir para centro administrativo do Dondo, na altura habitada por cerca de 100 portugueses.
Seguiram- se outras indústrias, dos ramos da tecelagem Satec, que viria a ser designada mais tarde Bula Matadi, sociedade algodoeira do Ambriz, a fábrica de vinhos e licores (Vinelo), de processamento da banana (Banangola) e de cerveja (Eka). Esta última e a barragem se mantiveram intactas, depois da guerra civil, terminada em Fevereiro de 2002.
A sua trajectória encerra ainda uma forte tradição agrícola, pois, ao seu redor despontavam várias fazendas, como o Mucoso, Bungo, Ngongolo e Ribeiro da Silva, que produziam o suficiente para o consumo interno e exportação, essencialmente, para Europa.
Hoje, a cidade do Dondo assenta o seu dia- a- dia na vertente político- administrativo, acolhendo, sobretudo, a Administração Municipal de Cambambe, unidades sanitárias, escolas, entre outras.
Nestes 50 anos, destaque recai para o aumento da capacidade do saneamento básico, suportado por um kit de maquinaria, adquirido no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), de acordo com o director da Cultura, João António dos Santos.
Para responsável, os dois anos com a pandemia da COVID- 19 provocaram alguma desaceleração no ritmo de desenvolvimento que se registava desde 2013, uma situação que pode ser ultrapassada nos próximos anos, com a recuperação dos indicadores económicos nacionais.
Mostrou- se optimista, quanto à restauração do casco urbano da cidade do Dondo, com edifícios em estado avançado de degradação, elevada à património histórico nacional, em 29 de Maio de 2013, pelo Ministério da Cultura.
A par destes avanços o sector de energia, água e o alargamento do centro da cidade, para a zona habitacional do 10 de Agosto, a melhoria dos espaços verde, constam do conjunto de acções de desenvolvimento, em curso na circunscrição
Uma feira de produtos agro- industriais, actividades desportivas, recreativas e culturais, com exposição de alimentos confeccionados a base de iguarias locais, estão a marcar as celebrações deste aniversário, que decorre sob o lema “Cidade do Dondo, Cidade Cultura”.
ANGOP