Outubro 18, 2024

O facto aconteceu no bairro Terra Nova, nos arredores de Menongue, nesta segunda-feira 3.07.2023, quando dois jovens de 19 e 22 anos de idade, ques respondem pelos nomes de Kenedy Kahata, e Augusto Mutala, sairam das suas casas com duas banheiras de engenhos explosivos e dirigiram-se a uma mata que dista a, mais ou menos, 150 metros das  suas residências para testar àquele material bélico.

Já na mata, os dois jovens acenderam uma fogueira onde depositaram alguns, dos mais de 100 engenhos para ver se explodiriam ou não. Se não explodissem, os engenhos seriam comercializados numa das várias casas da localidade, que compram ferros e sucatas à peso.

Para os espanto-certeza de Kenedy, Ausgusto e dos seus familiares, o material militar posto no fogo explodiu mesmo, e Kenedy, que estava ao pé da fogueira, foi projectado para uma distância de mais de 20 metros, tendo ficado com quase todo o corpo perfurado pelos estilhaços dos engenhos. Augusto saiu ileso porque no momento da explosão havia ido ao local onde se encontravam as banheiras para dele retirar mais engenhos.

Depois do sucedido, Kenedy recebeu assistência dos peritos do INEMA e dos Bombeiros que o transferiram para o Hospital Geral do Cuando Cubango onde continua a ser atendido médica e medicamentosamente. Os médicos afirmaram que apesar dos vários e profundos ferimentos,  o estado de Kenedy é estável, mas precisa estar sob observação nos próximos dias.

O Porta-voz dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros fez saber que os engenhos são munições de uma arma anti-aéria, canhão ZU. Albano Cutarica ressaltou também que aquele não foi o primeiro caso, e que neste primeiro semestre do ano, as estatísticas do SPCB no Cuando Cubango apontam para 5 casos de explosão de material militar por negligência, sendo que alguns causaram até vítimas mortáis. Cutarica apela às famílias a terem mais cuidado com a segurança,  e aos comprador destes meteriais bélico, o Bravo Bombeiro adverte que também são co-autores destas práticas e podem ser responsabilizados criminalmente.

De pessoas que procuram ferros para vender, e que já mexeram com engenhos explosivos militares, Kenedy e Augusto não são os primeiros. No bairro Pandeira a Polícia deteve uma senhora que levou a um ferro velho mais de 30 obúzes diversos para comercializar à peso. No Cuito Cuanavale dois Bate-chapas que vieram de Launda e Benguela na busca de ferro para vender à peso,  ficaram com ferimentos graves quando tentaram cortar, à maçarico, um tangue de guerra que continha uma mina no seu interior. Voltando à Menongue, ressalta-se ainda o caso das 6 criança que morreram no bairro do Sanda quando brincavam com um mina anti-tanque que deflagrou, e os casos, da família do bairro Paz que acendeu a fogueira, para cozinhar o pequeno almoço, em cima de uma mina que também explodiu deixando mãe e filho feridos, e da moça que morreu ao bater com a enxada numa mina na sua lavra.

Se alguns são vítimas  acidentais do material remanecente das várias batalhas que assolaram o Cuando Cubango, outros vão ao encontro do infortúnio, é o caso de Kenedy e Ausgusto que foram retirar os engenhos da explosão desta segunda-feira numa antiga zona militar por trás do Aeroporto Comandante Kwenha,  que dista a mais de 3 kilómetros da zona deles de residência.

Apesar do árduo e permanente trabalho que está a ser levado a cabo, há mais de 20 anos  pelas operadoras nacionais e internacionais (  INAD, ANAM THE HALO TRUST e Brigada de Engenharia Militar), os actores da desminagem e remoção de engenhos afirma que a Terra do Progresso ainda tem muitas zonas vermelhas, prudência e diligência  é o que se recomenda à todos e em todas as localidades, com maior incidência para os municípios do Cuito Cuanavale e Mavinga.

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