O Presidente da República, João Lourenço, cumpre, a partir desta segunda-feira, uma agenda de trabalhos, na cidade americana de Dallas, Estado do Texas, onde se encontra para participar na 16ª Cimeira Empresarial EUA-África.
O Chefe de Estado angolano figura entre as altas entidades governamentais de África convidadas para essa cúpula, que vai discutir, durante quatro dias, soluções inovadoras para impulsionar a cooperação comercial entre norte-americanos e africanos.
Além de João Lourenço, estão confirmados para a cimeira os seus homólogos de Cabo Verde, José Maria Neves; Moçambique, Filipe Nyusi, Botswana, Mokgweetsi Masisi; Malawi, Lazarus Chawera; Nigéria, Bola Tinubu; e Libéria, Joseph Boakai.
Conforme a organização do certame, devem fazer-se presentes, igualmente, Nthomeng Majara, vice-primeiro-inistro do Lesoto; Muhammad BS Jallow, Vice-Presidente da Gâmbia; e David Sengeh, ministro-chefe da Serra Leoa.
Vão também participar vários ministros em representação das áreas do Comércio, da Saúde, das TIC, da Energia, dos Investimentos e Agricultura de Angola, Cote d’Ivoire, Botswana, Cabo Verde, Lesoto, Libéria, Mauritânia, Marrocos, Moçambique, Nigéria, Serra Leoa, Gâmbia, Togo e Zâmbia, além funcionários do Governo dos EUA.
Durante a sua estadia em Dallas, o Presidente angolano deverá participar de dois Diálogos de Alto Nível, sobre Investimento em Infra-estruturas Estratégicas e Crescimento Sustentável, e sobre o Futuro Energético de África, nos quais deverá apresentar a experiência de Angola e os resultados obtidos com os vários projectos do Executivo nesses domínios.
A ANGOP apurou que o primeiro dia de João Lourenço em Dallas será preenchido, essencialmente, com audiências a diferentes entidades, com as quais vai reforçar a diplomacia económica, visando atrair cada vez mais investidores para Angola.
Organizada pelo Conselho Empresarial para África (CCA), a cimeira terá a participação de mais de mil e 500 executivos dos sectores público e privado dos EUA e de África, centenas de investidores internacionais e funcionários do Governo norte-americano.
A iniciativa visa discutir soluções para impulsionar parcerias comerciais sustentáveis entre os EUA e o continente africano, que se mostra cada vez mais estratégico e prioritário na política externa da Administracção norte-americana.
EUA e África consolidam parceria
Nos últimos dois anos, o Governo dos EUA e os financiadores do sector público e privado têm-se empenhado para apoiar África a assegurar o crescimento inclusivo e criar o melhor ambiente possível para o envolvimento comercial sustentado.
A esse respeito, o Presidente Joe Biden anunciou, em 2022, que os Estados Unidos estão totalmente envolvidos no futuro de África, tendo manifestado a intenção de juntos trabalharem para construir um futuro de oportunidades onde ninguém seja deixado para trás.
Anunciou que o seu país vai assinar um histórico memorando de entendimento (MoU) com o novo Secretariado da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), o que abrirá novas oportunidades de comércio e investimento entre os países e aproximará mais Áfricae os Estados Unidos, mais do que nunca.
Conforme Biden, trata-se de uma enorme oportunidade para o futuro de África, pelo que os Estados Unidos querem ajudar a tornar estas oportunidades reais.
Recordou que a ZCLCA representará uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, com 1,3 mil milhões de pessoas e um mercadol que totaliza US$ 3,4 triliões.
Disse que o seu país está a investir para facilitar o comércio regional, em África, inclusive investindo em infra-estrutura, sendo que, nesse quadro, a Millenium Challenge Corporation (MCC) assinou o seu primeiro acordo de transporte regional com os governos do Benim e do Níger.
Este acordo investirá $ 500 milhões para construir e manter estradas, implementar políticas que reduzam os custos de transporte, tornando mais fácil e rápido aos navios enviar mercadorias do Porto de Cotonou para o vizinho bloqueado – países sem mar.
Desde o início da sua administração, disse, a MCC anunciou novos investimentos de quase US$ 1,2 mil milhões em África, pelo que espera que a MCC comprometa US$ 2,5 mil milhões adicionais em toda a África apenas nos próximos três anos, apoiando tudo, desde agricultura a transporte e acesso a energia renovável.
ANGOP