Angola e Timor-Leste rubricaram, segunda-feira, em Luanda, três instrumentos jurídicos, no quadro da visita de Estado do Presidente José Ramos-Horta ao país.
Trata-se do “Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas Bilaterais entre o Ministério das Relações Exteriores de Angola e o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Timor Leste”; o “Memorando de Entendimento entre a Academia Diplomática Venâncio de Moura de Angola e o Centro de Estudos Diplomáticos do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Timor-Leste” e o “Acordo sobre a Isenção de Vistos para Titulares de Passaportes Diplomáticos e de Serviço”.
Foram subscritores dos documentos, pela parte angolana, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, e pelo lado timorense o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Bendito dos Santos Freitas.
Na ocasião, o Presidente João Lourenço admitiu a possibilidade de alargamento da cooperação a outros domínios, sobretudo ao nível dos hidrocarbonetos.
“Procuramos reforçar a cooperação. Angola é um país produtor de petróleo e gás, há mais tempo que Timor-Leste, mas de qualquer forma descobriu grandes jazidas e tem boas perspectivas de ser grande produtor, quer de petróleo quer de gás”, afirmou o Chefe de Estado.
João Lourenço disse, também, haver um grande interesse de Angola em cooperar com Timor-Leste no domínio da Agropecuária, justificando o facto de ambos os países possuírem uma economia essencialmente agrícola.
“Estamos todos interessados em fazermos a transição de países agrícolas para países industrializados”, referiu.
Ramos-Horta atento à transição energética
Para o Presidente da República de Timor-Leste, existe espaço para o seu país desenvolver a cooperação energética, porque teria mais que aprender com Angola, em virtude dos timorenses se considerarem um país novo na área.
O estadista timorense lamentou o facto do seu país continuar “demasiado dependente” de recursos não renováveis, tendo assegurado não haver intenção de se desfazer destes recursos tão cedo, apesar do compromisso em transitar, futuramente, para recursos renováveis. “Vamos continuar a tentar explorar petróleo e gás nos mares de Timor e em offshore, porque, já tem sido descoberto algum potencial de gás, que pode acontecer muito rapidamente em poucos anos”, disse José Ramos-Horta, que saudou a abertura da Embaixada de Angola em Díli.
JA