Outubro 4, 2024

Em duelo de contrastes, Espanha (três vezes campeã) e Inglaterra (em busca do primeiro título) disputam hoje, a partir das 20h00, a final do Campeonato Europeu de futebol de 2024, a partida entre as duas potências acontece no mítico Estádio Olímpico de Berlim, Alemanha.

As previsões indicam que a Espanha tem 40 por cento de hipóteses de vencer nos 90 minutos. O empate é de 33 por cento e a Inglaterra tem apenas 27 por cento. 

Os espanhóis almejam a conquista do quarto título, um recorde. Rivais de peso, Itália, Alemanha e a França não conseguiram travar “La Roja”, e os homens de Luis de la Fuente estão confiantes em ultrapassar o último obstáculo na caminhada ao título, tornando-se no primeiro tetracampeão do Europeu.

De um lado está uma selecção com menos estrelas, mas trabalha melhor colectivamente, com um padrão de jogo bem elaborado, estima a posse de bola, mas tem outra verticalidade, se a comparada com as versões anteriores.

O 4x3x3 é imutável, mas as dinâmicas e subdinâmicas dos espanhóis são imensas. Rodri é o esteio que comanda a casa de máquinas e tem o condão de libertar o “vai e vem” de Fabián Ruiz, as subidas criteriosas de Carvajal, de Cucurella e dos jovens Nico Williams e Lamine Yamal. O jogo de pés e elasticidade de Unai Simón, para a segurança de Laporte e a magia de Dani Olmo é outro detalhe.

A “La Roja” chega à final invicta, somou seis vitórias em igual número de jogos, mas diante da anfitriã Alemanha, nos quartos-de-final, precisou de tempo extra. Os campeões acumularam uma média de 16,4 remates, a cada 90 minutos, sendo que 6,3 dessas tentativas foram enquadradas, registaram 33,1 acções com bola na área adversária, bem como 13,4 acções defensivas no meio-campo contrário, apontaram uma média de 1,9 golos e sofreram 0,9 tentos.

Os ingleses ambicionam o primeiro e quebrar o jejum que dura 58 anos. Os Três Leões disputam a primeira final fora de casa, a segunda consecutiva, depois de terem perdido a anterior intramuros para a Itália em 2021.

A Inglaterra chega ao jogo decisivo a claudicar, depois de sofrer o primeiro golo em todas as eliminações, e teve dificuldades para mostrar o verdadeiro potencial – excepto na meia-final contra a Holanda, na qual fez uma exibição muito mais agressiva, veloz e sólida.

Por outro lado, os finalistas têm ficado aquém das várias expectativas, ultrapassaram várias etapas, sem nunca encherem os olhares mais críticos e apenas ficaram próximos do real valor no duelo das meias-finais.

O sistema táctico do treinador inglês é imprevisível, pois não se sabe se regressa à base com que iniciou a prova, 4x3x3, ou se aposta no híbrido, 3x4x3, com que actuou diante da Suíça e dos neerlandeses.

Face à incerteza, um eventual sucesso britânico passa pelo acerto de Pickford na baliza, pela forma como vai funcionar o “miolo” defensivo com Stones e Guéhi. Neste caso, quem vai preencher as faixas laterais e se o técnico reforçar o meio-campo, uma das chaves da Espanha, com um auxílio extra para Rice e Mainoo? Por outro lado, como fica o ataque: haverá espaço para Saka, Bellingham, Foden e Harry Kane, em simultâneo?

Feitas as apresentações, a Espanha vai assumir as rédeas da partida, com diversos movimentos de ruptura, vários jogadores projectados, com os passes progressivos de Laporte e a velocidade na circulação da bola pelos três corredores, sendo que a Inglaterra ficará mais na expectativa, tentando aproveitar o espaço deixado nas costas da última linha do opositor, com os movimentos de Saka, Foden e Bellingham e a precisão de Kane.

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