O Governo angolano demonstrou esta quarta-feira, 02, preocupação com a continuação do conflito militar na República do Sudão, que eclodiu a 7 de Abril de 2023.
“A prevalência tem vindo a registar uma grave deterioração, com impacto directo sobre a população e os mais de sete milhões de pessoas carentes de assistência humanitária, deslocados e refugiados, bem como a destruição de importantes infra-estruturas críticas para o desenvolvimento sócio-económico do país”, lê-se na nota da Presidência.
No documento, o Governo angolano manifesta ainda “a sua preocupação pelo bombardeamento da Residência Oficial do Embaixador dos Emirados Árabes Unidos, e face a esses desenvolvimentos, apela as partes em conflito a observar e fazer respeitar a Convenção de Viena sobre o Estabelecimento de Relações Diplomáticas, o Direito Humanitário Internacional e a Lei Internacional sobre os Direitos Humanos”.
Exorta, igualmente, “as partes em conflito a privilegiar a via do diálogo inclusivo e a reposição da normalidade constitucional, em harmonia com a Carta das Nações Unidas e o Acto Constitutivo da União Africana”.Saudou, igualmente, “a criação do Comité Presidencial Ad-Hoc da União Africana sobre a Crise no Sudão, encorajando as partes a participar na reunião prevista para Outubro de 2024, em Kampala, República do Uganda”.
Os Emirados Árabes Unidos já expressaram a sua indignação com o ataque à residência do seu embaixador no Sudão por um avião do exército sudanês, acusando as forças armadas sudanesas de uma acção “odiosa” e “cobarde”.
O exército sudanês acusa os Emirados Árabes Unidos desde o início da guerra, em 15 de Abril de 2023, de apoiarem as Forças de Ação Rápida (RSF, na sigla em inglês), paramilitares, e Abu Dhabi tem negado repetidamente as acusações de envolvimento na guerra.
“Os Emirados Árabes Unidos condenam veementemente o ataque hediondo contra a residência do chefe de missão dos Emirados em Cartum por um avião do exército sudanês, que causou danos consideráveis no edifício”, divulgou a agência oficial do país, Wam.
“Os Emirados apelam ao exército para assumir toda a responsabilidade por este ato cobarde”, continua a Wam, denunciando uma “violação flagrante do princípio fundamental da inviolabilidade das instalações diplomáticas”.