Janeiro 2, 2025

O professor universitário moçambicano Arsénio Cuco disse que o que está em causa das manifestações vão além das eleições, os jovens moçambicanos estão aderir as manifestações devido a uma série de frustrações sociais mal resolvidas.

O académico disse não ter dúvidas da vitória da FRELIMO, mas vê a democracia “cafricada” no parlamento, onde terá 195 assentos, transformado em Assembleia de um único partido, o que não é bom para o processo democrático, daí a aderência das populações nos protestos.

Arsénio acredita que nem todos que estão a participar nas manifestações convocadas pelo opositor Venâncio Mondlane, não votaram no pleito, tendo em conta a percentagem de abstenção.

Já o cientista político Eurico Gonçalves, reconhece que a campanha eleitoral naquele país do indico foi renhida, e esperava por um resultado apertado. Entretanto, defende a recontagem dos votos. Eurico questiona, por outro lado, o papel dos observadores internacionais.

Outro académico moçambicano, Jerson, encara Mondlane como alternativa para suprir os anseios dos jovens, face a decadência da oposição que precisa de rejuvenescer, quanto a onda de manifestações promovida pelo cabeça de lista do PODEMOS, pode ser entendida como trauma ou força de alternância política.

Por seu turno, Laura Naweleka, doutoranda, diz ter dúvidas sobre a vitória da FRELIMO e de Chapo, por constatar que em algumas assembleias de votos, os números de votantes ultrapassam o número total dos inscritos daquele círculo, e recorreu no caso da Zambézia, em que Chapo teve 100% dos votos da região para além dos votos obtidos pela oposição.

A situação de instabilidade pós eleitoral em Moçambique esteve em debate na terça-feira no espaço “Bancada Parlamentar” da Rádio Correio da Kianda.

Entretanto, o candidato presidencial Venâncio Mondlane afirmou esta quinta-feira, estar à espera do contacto do Presidente moçambicano para uma reunião sobre a situação pós-eleitoral no país, garantindo que só não se realizará se Filipe Nyusi não o quiser.

“Peço ao Presidente da República de Moçambique que a gente tenha um encontro virtual, o senhor em Moçambique, eu onde estou. Vamos virtualmente falar. Isso é possível. E se possível, esse encontro virtual que seja transmitido, que seja mostrado ao público”, afirmou Venâncio Mondlane, numa intervenção em directo a partir da sua conta oficial na rede social Facebook.

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