Março 14, 2025

As acções de prevenção e combate à cólera, na província do Bengo, estão reforçadas com o lançamento do projecto “ Sabão Juntos “ que permite a produção artesanal do detergente para ser distribuído às famílias das diferentes localidades afectadas com a doença, disse, sábado, em Caxito, a ministra do Ambiente.

Ana Paula de Carvalho, que integrou uma delegação da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta na província do Bengo que constatou a situação epidemiológica local, destacou que a iniciativa promovida pelo Instituto de Administração Sanitária (IAS) já conta com mais de 140 agentes comunitários, responsáveis por sensibilizar a população sobre a importância da higiene.

A responsável ressaltou que além de produzir sabão artesanal, o projecto ajuda, também, a transmitir a mensagem sobre métodos apropriados para a lavagem das mãos e tratamento correcto dos resíduos sólidos.

“O sabão artesanal produzido no âmbito do projecto é feito a partir do reaproveitamento do óleo vegetal usado, evitando a sua eliminação no meio ambiente e promove hábitos de higiene essenciais para a redução dos casos de cólera”, disse a ministra.

A população, conforme sublinhou, precisa de compreender os riscos da falta de higiene, sobretudo nessa altura  em que o país enfrenta o surto de cólera, pois com este projecto, consegue-se levar a mensagem de prevenção de forma eficaz, garantindo que as famílias tenham acesso ao sabão e aprendam a produzi-lo.

Durante a visita, a governante voltou a falar sobre a construção do Centro de Valorização de Resíduos na província do Bengo que foi lançado este mês e vai permitir melhorar o trabalho de recolha e tratamento do lixo.

Segundo Ana Paula de Carvalho, o trabalho de sensibilização para a população se prevenir da cólera deve ser contínuo, pois a prevenção é essencial para reduzir os casos da doença e melhorar a qualidade de vida das famílias

O projecto “Sabão Juntos” reforça a resposta do Executivo na luta contra a cólera, promovendo práticas de higiene sustentáveis e acessíveis para as comunidades mais vulneráveis, concluiu.

Governadora Maria Antónia Nelumbapede contacto directo com as comunidades

A governadora provincial do Bengo, Maria Antónia Nelumba, defendeu, sábado, em Caxito, a necessidade de se reforçar o trabalho do contacto directo com as comunidades para que a mensagem sobre o perigo da cólera chegue a todas as famílias.

Em declarações à imprensa no quadro de uma visita às áreas da província do Bengo mais afectadas com o surto de cólera, a governante destacou que apesar da redução do impacto inicial da doença, a prevenção continua a ser a principal estratégia para evitar novos surtos.

“Constatamos que há um grande número de pacientes a recorrer aos centros de tratamento. Na próxima semana, vamos redesenhar o nosso plano para focar mais no trabalho comunitário, garantindo que os munícipes estejam preparados, principalmente, para melhoria dos comportamentos relacionados com tratamento da água, limpeza do meio, construção de latrinas, higiene pessoal e recolha de resíduos”, afirmou a governadora.

Maria Antónia Nelumba alertou para o impacto das chuvas intensas que se fazem sentir na província, salientando que a falta de saneamento adequado pode contribuir para a propagação da cólera.

 “Se as pessoas não tiverem o hábito de usar as latrinas, a água pode ficar contaminada, perpectuando o ciclo da doença. Temos de intensificar a sensibilização para que a população adopte hábitos que ajudem a promover a saúde “, sublinhou.

Sobre o programa de distribuição de reservatórios de água nas comunidades, a governadora garantiu que a iniciativa contínua em curso, com a instalação de recipientes de cinco 5, 10 e 15 mil litros cada, mas reconheceu a limitação na disponibilidade de cisternas de abastecimento para todas as áreas.

Quanto ao funcionamento dos centros de reidratação oral, a governadora adiantou que, neste momento, não há necessidade de aumento no número dessas unidades e que algumas poderão ser desmobilizadas, uma vez que a maioria dos doentes já recebe tratamento adequado.

“O nosso trabalho agora deve ser incisivo na comunidade para que as pessoas não precisem de recorrer aos centros de tratamento. A melhor forma de combater a doença é evitar que ela aconteça. Isso só será possível com formação, sensibilização e transmissão de novos hábitos que promovam uma saúde melhor para todos”, concluiu Maria Antónia Nelumba.

JA

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