
Foi a manchete do semanário Pungo a Ndongo da sua edição de sexta-feira, 7 de Março.No texto, assinado por Irineu Mujoco, lê-se, nomeadamente, que a “visita de 10 dias do presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, ao Leste do país está a ser marcada por escândalo, com o secretário provincial da UNITA no Moxico, Afonso Baptista Ndumba, a ser o principal protagonista, ao desviar 7 milhões de kwanzas, que se destinavam para assegurar a visita do líder do seu partido àquela província”.O jornal atribui a uma “fonte da UNITA” a informação segundo a qual “depois de desviar o dinheiro, Afonso Ndumba foi “parar num kimbandeiro na tentativa de ‘sonegar’ o caso e evitar que chegasse” aos órgãos de justiça.“Ao se aperceberem da fuga, os colegas de Afonso Ndumba accionaram o Serviço de Investigação Criminal (SIC) para a sua localização, tendo sido flagrado na residência do Kimbanda. Ao aperceber-se da movimentação dos efectivos do SIC”, o suspeito ter-se-ia posto em fuga, mas teria deixado no “teatro operacional” objectos de uso pessoal como relógio, sapatos e outros. Dois dias depois, a 9 de Março, o jornal electrónico Correio da Kianda noticiou que a “PGR emite mandado de detenção contra Secretário Provincial da UNITA no Moxico”.De acordo com esse jornal, o “dirigente máximo do Galo Negro na província do Moxico está a ser procurado pela justiça, por alegadamente estar envolvido em crimes de Associação Criminosa”. O documento em que o jornal se baseou refere que o mandado de detenção consta do Processo N° S.426/PGR.SIC.MX./025.O Correio da Kianda não dá pormenores do “crime de associação criminosa” em que o dirigente provincial da UNITA teria incorrido.Um dia depois, 10 de Março, o Correio da Kianda noticiou que o “dirigente máximo da UNITA no Moxico, Afonso Ndumba (sobre o qual impenderia um mandado de captura), foi visto na comitiva do líder do Galo Negro de regresso à Luanda”.Nessa notícia, o Correio da Kianda atribui, também, ao dirigente provincial da UNITA no Moxico o crime de falsificação de moeda.Pretensamente procurado pela PGR, Afonso Ndumba, segundo o Correio da Kianda “foi visto na comitiva de Adalberto Costa Júnior, de regresso à Luanda, propriamente em Saurimo, no município do Dala, a caminho da capital angolana, sob proteção do também membro deputado e membro do Conselho da República, Adalberto Costa Júnior”.O Correio da Kianda retomou a versão do semanário Pungo a Ndongo segundo a qual Afonso Baptista Ndumba teria dado destino incerto a 7 milhões de kwanzas que suportariam os custos da deslocação de uma delegação parlamentar da UNITA ao leste de Angola. Embora a direcção da UNITA não tenha conformado nem negado a ocorrência de qualquer irregularidade envolvendo o secretário provincial do partido no Moxico, o advogado David Mendes tem como garantido que a organização do Galo Negro foi roubada em 7 milhões de kwanzas. Falando a jornalistas à margem do propósito que o levou ao Huambo, que seria o início do julgamento de sete angolanos pretensamente envolvidos em actos terroristas, o advogado David Mendes deu como garantido o roubo de 7 milhões de kwanzas por parte de Afonso Ndumbo. David Membro não explicou aos jornalistas como obteve a informação.O antigo presidente da Associação Mãos Livres tem sido recorrentemente associado ao Serviço de Inteligência e Segurança do Estado, do qual seria empregado há vários anos.No dia 1 de Setembro de 2024, por ocasião da sua centésima edição, Lucas Pedro, um dos fundadores do jornal Pungo a Ndongo, tornou público um texto em que aconselhava <os seus confrades contenção em relação à UNITA.“Parem, por favor, de demonizar a direcção e os membros do partido UNITA. Isso não valoriza nem enobrece a imagem do jornal.Em todas as edições produzidas até agora, há sempre uma, duas ou mais páginas criticando, às vezes sem razão, os dirigentes deste partido. Cada ataque dirigido à UNITA parece sugerir que há um «desacerto». (negócio) mal resolvido entre a direcção deste jornal e o partido liderado por Adalberto Costa Júnior.Sinceramente, não sou contra publicações (que tenham cabeça, tronco e membros) sobre este partido histórico. Mas, `s vezes, como já constatei em inúmeras edições, algumas dessas denúncias são vazias e sem fundamento”.Aparentemente, os confrades de Lucas Pedro mandaram-no pentear macacos.Mas, qualquer facto corroborado por David Mendes tem, inevitavelmente, as “impressões digitais” do patrão.Ao que tudo indica, ele é pago por empreitada. Isso é que explica que tendo ido ao Huambo para um fim específico acabasse por debitar alguma coisa sobre um assunto para o qual não é tido e nem achado.