Abril 22, 2025

Angola contribuiu com cinco milhões de dólares para o Fundo do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa -CDC), com vista ao reforço do sistema de saúde no continente, anunciou, ontem, o director-geral da referida instituição, Jean Kaseya.

Em declarações à imprensa no fim de uma audiência com o Chefe de Estado e Presidente da União Africana, João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta, o responsável afirmou que a iniciativa de Angola é salutar e poderá incentivar outros países do continente também a contribuírem.

Jean Kaseya, que se fazia acompanhar da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, sublinhou que com este passo Angola deu o exemplo de que se todos contribuírem e tornarem a instituição de saúde forte, vai ser mais fácil atrair financiamento externo.

O responsável destacou outra iniciativa de financiamento ao sentir da Saúde no contexto africano, num trabalho conjunto com os Emirados Árabes Unidos, que prevê a assinatura, no próximo mês de Junho, de um guião sobre a resposta africana à situação de saúde.

Kaseya disse que as iniciativas louváveis a serem tomadas ao nível de África e do Chefe de Estado angolano, na qualidade de Presidente da União Africana, vão coordenar todas essas acções, com vista a responder ao défice de saúde no continente.

O director-geral do Centro Africano para Controlo e Prevenção de Doenças enalteceu o nível de consciência do Presidente João Lourenço, quando sublinha que instituições fortes em África podem atrair mais investimentos.Kaseya justificou a sua presença no país com o facto de o Presidente da República não dirigir ,neste momento, apenas Angola, mas também o continente, liderando a União Africana, e, por isso, na qualidade de responsável do sector da Saúde em África, tem a obrigação de prestar regularmente alguma informação sobre o sector e os desafios.

Em Luanda, o director-geral do CDC entregou donativos compostos por me- dicamentos e vacinas contra a cólera para fazer face ao surto que tem assolado o país.

Jean Kaseya felicitou o Governo angolano pelo intenso trabalho no combate à cólera. “Angola está a fazer um trabalho muito intenso para responder a essa epidemia. Há países com menor número de população, mas com mais casos de contaminação e mortes”, referiu, elogiando a forma de combate à doença no país.

“Angola tem sido muito bem orientada para travar a propagação desta epidemia, para que não atinja mais populações”, sublinhou.

 País vai ter fábrica de mosquiteiros tratados

O director-geral do Centro de Controlo de Doenças anunciou que o país vai ter uma fábrica de mosquiteiros tratados para atender, também, o continente, sobretudo os países vizinhos.

Jean Kaseya disse, neste sentido, que uma das maiores empresas produtoras de mosquiteiros tratadas no mundo vai trazer para Angola uma das sedes, o que actualmente é um grande feito, tendo em conta os desafios do Executivo na luta contra a malária.

“Queremos agradecer ao Presidente da República por tudo quanto Angola tomou como iniciativa para que isso fosse uma realidade”, concluiu.

A missão do Africa CDC em Angola insere-se nos esforços regionais para conter e erradicar a cólera no continente africano até 2030, em alinhamento com a Iniciativa Global para a Eliminação da Cólera.

O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) é uma agência técnica especializada da União Africana, criada com o objectivo de reforçar a capacidade e a liderança dos Estados-membros africanos na resposta a ameaças de saúde pública.

O seu mandato principal consiste em apoiar os países do continente na prevenção, detecção precoce e resposta eficaz a surtos de doenças, emergências sanitárias e epidemias. Foi oficialmente lançado em Janeiro de 2017, com sede em Adis Abeba, na República Democrática Federal da Etiópia. A criação do África CDC surgiu como resposta às fragilidades evidenciadas durante a epidemia de Ébola na África Ocidental (2014-2016), que destacou a necessidade urgente de uma instituição continental robusta para coordenar as acções de saúde pública.

Entre as suas principais funções, destacam-se a vigilância epidemiológica e a recolha de dados sanitários a nível continental, a resposta rápida a surtos e emergências de saúde pública, a capacitação técnica dos sistemas de saúde dos Estados-membros, a formação de profissionais de saúde pública em áreas como a epidemiologia de campo, laboratório e investigação científica, para além da coordenação de acções sanitárias transfronteiriças e a promoção de parcerias estratégicas com organizações internacionais.

O Africa CDC também promove a harmonização de políticas sanitárias entre os países africanos, contribuindo para uma abordagem coordenada na luta contra doenças infecciosas e crónicas.

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