
Quando um papa morre, nove dias de luto são declarados e o enterro ocorre entre o 4º e o 6º dia após a morte. Na Sede vacante, o governo da Igreja Católica fica confiado ao CAMERLENGO, que é responsável pela administração dos bens e do Tesouro do Vaticano. Actualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell.
Redacção
Entre as funções do CAMERLENGO está a organização da transição durante a Sé Vacante, o período em que a Igreja Católica fica sem um pontífice. Ele também é responsável por atestar a morte do papa e assume temporariamente o Palácio Apostólico, que é residência oficial do papa.
Também cabe ao CAMERLENGO ajudar a organizar o Conclave, que é a eleição para o novo papa. Pelas normas da Igreja Católica, a votação deve se iniciar em até 20 dias após a morte de Francisco.
Além disso, quando o papa morre, quase todos os religiosos que ocupam cargos na cúpula do Vaticano deixam suas funções, como o Cardeal Secretário de Estado e os responsáveis pelos departamentos do governo, chamados de Dicastérios da Cúria Romana.
Além do camerlengo, seguem em suas funções:
1- O Penitenciário-Mor, responsável pelo Supremo Tribunal;
2- O Cardeal Vigário-Geral para a Diocese de Roma, responsável por administrar a diocese do papa;
4- O Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano, responsável pelo templo;
5- O Vigário-Geral para a Cidade do Vaticano, que supervisiona a assistência pastoral dentro do território vaticano.
6- O Esmoleiro Apostólico, que exerce a caridade para os pobres em nome do papa.
COLÉGIO DOS CARDEAIS (Cân.349)
Enquanto o CAMERLENGO mantém a autoridade administrativa, cabe ao Colégio dos Cardeais discutir assuntos comuns ou inadiáveis da Igreja.
Essa organização é composta, actualmente, por 252 cardeais de todo o mundo.
E, desse grupo, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição do novo papa.
Antes do início do Conclave, o Colégio dos Cardeais participa de reuniões chamadas “Congregações Gerais”. Nesses encontros, os religiosos votam para decidir questões governamentais da Igreja.
As congregações ocorrem diariamente e começam antes mesmo do fim dos “novendiales”, período de nove dias de missas em memória do papa falecido.
Apesar de terem poder de decisão, os cardeais ficam impedidos de fazer mudanças profundas na estrutura da Igreja Católica durante a Sé vacante, como a alteração ou correção de leis determinadas pelos papas.
Uma das primeiras decisões tomadas pelo Colégio dos Cardeais é o estabelecimento do dia, da hora e do modo como o corpo do papa será levado para a Basílica de São Pedro para ser exposto aos fiéis.
Os cardeais também organizam os detalhes do Conclave e auxiliam na preparação dos ambientes de votação e dos aposentos para acomodar os religiosos, além de definir a data para o início da eleição.
CONCLAVE
A eleição de um papa é conduzida em condições de segredo únicas no mundo moderno.
Os cardeais são trancados no Vaticano até chegarem a um acordo – o significado da palavra conclave indica que eles estão literalmente trancados “com uma chave”.
Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como “Sala das Lágrimas”, onde veste as vestes papais.
Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente do terraço da Basílica, onde é proclamada a famosa frase “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).