22 de Outubro, 2025

 A UNITA realizou, nesta segunda-feira, 20, no Complexo Sovsmo, em Luanda, a 25ª Reunião Extraordinária do Comité Permanente da Comissão Política, que analisou os últimos acontecimentos políticos do país, com destaque para o anúncio presidencial de condecorar os três signatários dos Acordos de Alvor — Álvaro Holden Roberto, António Agostinho Neto e Jonas Malheiro Savimbi, no âmbito das celebrações dos 50 anos da Independência Nacional.

Num comunicado final enviado ao Estado News, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA adianta que tomou nota do reconhecimento presidencial e considerou o gesto como um passo positivo, embora tardio, no reconhecimento da pluralidade de actores que contribuíram para a libertação de Angola.

O documento recorda, contudo, que durante a aprovação da Lei n.º 2/25, de 18 de Março, que criou a Medalha Comemorativa dos 50 Anos da Independência, os deputados do MPLA rejeitaram propostas que visavam reconhecer formalmente o papel histórico de Holden Roberto e de Jonas Savimbi, líderes da FNLA e da UNITA, respectivamente.

“Cabe aos angolanos ajuizar em liberdade a nobreza do gesto presidencial”, sublinha o comunicado, acrescentando que o acto de reconhecimento surge “como um gesto forçado”, influenciado pela pressão da sociedade civil, das igrejas e da própria UNITA, que sempre defendeu que a independência foi “uma conquista colectiva e plural, fruto do sacrifício de todos os filhos de Angola”.

O partido do Galo Negro, reafirma ainda que a reconciliação nacional “não se decreta, constrói-se”, exigindo gestos sinceros, justiça histórica e igualdade de tratamento entre todos os cidadãos.

A UNITA defende, no entanto, que as figuras de Holden Roberto e Jonas Savimbi são património comum da Nação, e que o seu reconhecimento “não constitui um favor, nem uma concessão”, mas sim “um imperativo de justiça e verdade histórica”.

O Comité Permanente esclarece igualmente que deixa à consideração individual dos seus membros a aceitação ou não de futuras condecorações, e apela aos cidadãos a “manter viva a chama da verdade, da memória e do amor à Pátria”, para que os 50 anos de Independência sejam um marco de reconciliação, liberdade e desenvolvimento inclusivo.

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