30 de Dezembro, 2025

O MPLA assinalou, segunda-feira, que a militância de Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” teve início em tempos em que o ideal da independência exigia coragem e compromisso.

Numa mensagem lida por Pedro Neto, coordenador da Comissão de Auditoria e Disciplina do MPLA, no velório do antigo Vice-Presidente da República, que decorreu no Complexo Protocolar da Presidência de República, o partido reconhece ainda que a vida política do malogrado marcou profundamente a História contemporânea de Angola e do partido.

 

O MPLA refere que Nandó exerceu, também, as funções de Primeiro-Ministro, participou activamente na construção do Estado angolano após 11 de Novembro de 1975 e na consolidação da organização política, da defesa da unidade nacional e do processo de paz, que culminou com os Acordos de Bicesse, em 1991.

 

Segundo Pedro Neto, como dirigente, Nandó destacou-se pela postura ponderada nos momentos sensíveis da vida partidária, pela formação de quadros políticos e militares e pelo fortalecimento do partido desde a base, mantendo sempre contacto directo com o povo.“O seu legado permanece vivo nas estruturas que fortaleceu e no exemplo ético que deixou”, refere a missiva.

 

O MPLA realça ainda a sensibilidade do antigo presidente da Assembleia Nacional para as artes, a música, o desporto e a palavra bem colocada.

 

Refere que do ponto de vista pessoal, manteve coerência entre a vida pública e privada, pautando-se pela simplicidade, discrição e fidelidade aos valores que defendia.

 

Na mensagem, o partido no poder reafirma o compromisso com os princípios de Nandó e lembrou que a sua contribuição para a paz, a reconstrução do país e a afirmação do MPLA na sociedade angolana permanecerá na memória da nação.

 

A cerimónia contou com a presença do Presidente da República, João Lourenço, acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, e dirigentes partidários, familiares e amigos, que expressaram condolências à família enlutada, destacando a trajectória de dedicação, equilíbrio e fidelidade do falecido à causa nacional.

 

Renderam, igualmente, homenagem ao falecido, a Vice-Presidente da República, Esperança Costa, o presidente da Assembleia Nacional, Adão de Almeida, distintos representantes dos órgãos de soberania, membros dos órgãos de Defesa e Segurança, bem como do corpo diplomático acreditado em Angola, entre outras entidades.

Adalberto Costa Júnior

“Nandó” vai fazer falta

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, classificou Fernando da Piedade Dias dos Santos “personagem indiscutivelmente reconciliador”, que vai fazer falta em todo um capítulo que ainda precisa de entrega e de diálogo institucional, no verdadeiro sentido, que o país deseja.

 

Segundo Adalberto Costa Júnior, Fernando da Piedade Dias dos Santos foi um protagonista crucial nos processos de negociações de paz para Angola, numa altura em que se falava pouco sobre a reconciliação nacional.

 

No entender do político, “a reconciliação nacional não é um processo fechado infelizmente, porque o mesmo exige, ainda, muito esforço, muita entrega e dedicação, facto que Fernando da Piedade Dias dos Santos demonstrou ao longo de muitos anos, sobretudo nas vestes de presidente da Assembleia Nacional, onde nunca se fechou ao diálogo e à feitura de pontes”.

 

AGOSTINHO DE NERI

“Pessoa com sentido de nação muito forte”

O secretário-geral da Assembleia Nacional, Agostinho de Neri, disse que Fernando da Piedade Dias dos Santos era uma pessoa com sentido de nação muito forte, pensando sempre no país, sem colocar em causa a vida das pessoas.

 

O responsável parlamentar descreveu referências positivas e qualidades de Nandó, como um homem sábio, bom gestor de crises em momentos difíceis e um conselheiro nunca antes visto.

 

“Ele tinha experiências quer na política, quer na vida castrense. Passou por tudo isso. Então, são pessoas moldadas para a vida. E, lidar com essas pessoas, aprende-se muito em todos os sentidos da vida”, referiu.

FILOMENA MIZA

“Será sempre lembrado como um homem íntegro”

A morte prematura de Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”, de acordo com a governadora da Lunda-Norte, Filomena Miza, deixa um vazio enorme no país.

 

Para a governante, o ex-presidente da Assembleia Nacional é um filho de Angola, nacionalista de grande dimensão, títulos granjeados fruto dos seu feitos e entrega à causa do povo angolano.

 

Filomena Miza disse, ainda, que “Nandó” será sempre lembrado como um homem íntegro, que desempenhou com firmeza e responsabilidade as funções no aparelho do Estado.

 

“Cumpriu com zelo e dedicação a missão de ministro do Interior, Vice-Presidente da República e, mais recentemente, presidente da Assembleia Nacional. Descrever Nandó requer tempo”, confessou.

 

ARLETE CHIMBINDA

“Um compatriota que vaifazer muita falta ao país”

A vice-presidente da UNITA e da Assembleia Nacional, Arlete Chimbinda, disse que o ex-líder parlamentar foi um compatriota que vai fazer muita falta ao país, pois serviu a nação com sentido de responsabilidade e patriotismo.

 

A deputada falava por altura das exéquias no Cemitério do Alto das Cruzes, após testemunhar a cerimónia de sepultamento de Nandó. “Tratava-se de um patriota, obreiro e um senhor que ocupou funções de muita responsabilidade a nível do Estado”, frisou.

 

Na ocasião, Arlete Chimbinda alertou à juventude no sentido de prestarem mais atenção ao legado passado pelo antigo presidente da Assembleia Nacional.

EMÍLIA CARLOTA DIAS

“Angola perde um grande doador das causas do povo”

A antiga 1.ª vice-presidente do Parlamento no consulado de Nandó, Emília Carlota Dias, afirmou que o país perdeu um grande filho e doador das causas do povo angolano, que deixa um legado forte para a nova geração.

 

“Temos que ter esse legado de estar preparados, e ter o dom da sabedoria para podermos caminhar, porque o legado que nos deixa é muito forte. Legado de um grande patriota, servidor público, pai, guerreiro e um grande nacionalista”, salientou, mencionando que são qualidades que não se encontram em qualquer pessoa.

 

Emília Dias ressaltou, também, a unidade e o consenso que Nandó defendia entre os deputados, independentemente das formações políticas.

 

“Na Assembleia Nacional, existem várias representações partidárias com assento parlamentar, mas o presidente Nandó direccionava o foco do debate à causa comum de representar o povo”, contou.

 

GOVERNADORA DE CABINDA

Suzana de Abreu fala de um homem muito determinado

A governadora da província de Cabinda, Suzana de Abreu, disse ontem que o antigo presidente da Assembleia Nacional deixa um legado de um homem determinado, coerente e que elevou os valores do patriotismo ao mais alto nível nas várias áreas de liderança por onde passou.

 

“Com o desaparecimento físico de Fernando da Piedade Dias dos Santos, o país perde um homem determinado, que se entregou de forma abnegada à causa da Pátria e ao desenvolvimento socioeconómico de Angola”, disse.

Justino Capapinha

Um exímio servidor público

O primeiro-secretário da JMPLA, Justino Capapinha, considerou Fernando da Piedade Dias dos Santos “um grande combatente e um exímio servidor público, que deixa um legado rico que as novas gerações têm o dever de perpetuar, honrar e transmitir para as vindouras”.

 

“Fernando da Piedade Dias dos Santos ‘Nandó’ foi para nós um pai, foi alguém que sempre nos transmitiu grandes valores, sobretudo como membro do MPLA, onde defendia a solidariedade e o amor ao próximo”, ressaltou.

 

No que diz respeito à unidade nacional, Justino Capapinha referiu que Fernando da Piedade Dias dos Santos “foi um artífice desse processo, pois esteve na linha da frente, e foi capaz de conseguir ser congregador, depois de tantos desafios por que o país passou”.

 

Rodeth Gil, antiga deputada do MPLA, referiu que “Fernando da Piedade Dias dos Santos não tinha escolha na hora de fazer o bem, ou seja, todos eram vistos como colegas, amigos, parentes, enfim”. “Foi um filho que amou a nação, o povo e trabalhou até ao dia em que se despediu dos angolanos”, afirmou.

JA

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