Outubro 7, 2024

O Presidente cessante da União Africana e da República do Senegal, Macky Sall, elogiou, este sábado, em Addis Abeba, capital da Etiópia, o empenho do Presidente João Lourenço em prol da paz na região Leste da República Democrática do Congo.

No seu discurso de abertura da Trigésima Sexta Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, proferido na sala de Conferências Nelson Mandela, Macky Sall reconheceu que o Presidente de Angola tudo tem feito para pacificar os conflitos que opõem a RDC e o Rwanda.

Disse ser este o caminho para toda a África, porquanto é preciso depositarem-se todas as armas e ir-se à busca de soluções pacíficas, para que o desenvolvimento socioeconómico esteja no centro da governação. A Etiópia, disse Macky Sall, é um bom exemplo.

“Temos aqui uma oportunidade histórica para fechar de uma vez este alento de problemas em África e encontrar a via do diálogo para a solução. Temos todo o potencial. Somos um continente de 30 milhões de quilómetros quadrados e de 1,4 mil milhões de habitantes. Tem recursos abundantes e não pode estar condenado a ficar sempre para trás, a reboque do mundo. Para isso, temos que dedicar mais tempo à implementação da agenda para o desenvolvimento sócio-económico do continente”, apelou.

João Lourenço manifesta preocupação com a contínua crise económica e social em África

A contínua crise económica e social que África vive, até ao momento, preocupa, profundamente, o Presidente da República de Angola e Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação do continente africano.

João Lourenço disse, ontem, em Addis Abeba, durante a sessão de apresentação e discussão de relatórios do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, que a crise da pandemia da Covid-19, os conflitos políticos, a intolerância religiosa, étnica e cultural, bem como a fragilização das instituições do Estado são ainda outras razões agravantes da situação do continente.

Na sua intervenção sobre os relatórios de paz e segurança, o Presidente João Lourenço pediu atenção e acção imediata dos 55 Estados-membros da União Africana para a resolução das ameaças comuns que entravam a paz e a segurança no continente.

O Chefe de Estado angolano apelou ainda aos Governos de África para darem  prioridade aos desafios e oportunidades existentes para a concretização dos objectivos da Agenda 2063 da União Africana.

“Pelos conteúdos dos relatórios apresentados, percebemos que existe, actualmente, uma maior complementariedade entre a União Africana, as comunidades económicas regionais e os mecanismos regionais, através de um melhor alinhamento de interesses e objectivos, tendo em perspectiva a realização das metas traçadas na Agenda 2063, para que o continente se torne livre de armas num curto espaço de tempo e se criem condições favoráveis ao desenvolvimento económico do continente de forma inclusiva e sustentável”, afirmou o Chefe de Estado.

Conforme fez questão de assinalar o Presidente João Lourenço, nos últimos anos Angola tem abordado com frequência a problemática dos conflitos no continente africano e nos encontros realizados a diferentes níveis tem havido unanimidade sobre a urgência de serem encontrados os caminhos mais rápidos e seguros para silenciar as armas no continente e garantir-se o bem-estar das populações.

Contudo, disse, persistem fenómenos que funcionam como barreiras para a resolução dos graves problemas existentes e como verdadeiros elementos potenciadores de novas guerras.

A ocasião de intervenção concedida a alguns Chefes de Estado foi ainda aproveitada pelo Presidente João Lourenço para felicitar a eleição de Assoumani Azali, Presidente da União das Comores, ao cargo de Presidente em Exercício da União Africana para este ano, ao Presidente Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul e do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, pelo trabalho que tem desenvolvido, e ao embaixador Bankole Adeoye, comissário pelos Assuntos Políticos, Paz e Segurança da Comissão da União Africana, que fez uma excelente apresentação dos relatórios sobre as actividades do Conselho de Paz e Segurança.

Jornal de Angola

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