A equipa de serviço no hospital pediátrico David Bernardino foi suspensa pelo Ministério da Saúde, devido a morte, na última quinta-feira, de uma criança do sexo masculino, com dois anos de idade, por supostamente não lhe ter sido prestada assistência médica imediata.
Redacção
Em declarações à imprensa, sábado último, a directora clínica do hospital, Margarida Correia, explicou que a criança deu entrada no banco de urgência, às 23 horas, do dia 01 de Janeiro, com traumatismo crânio encefálico grave, resultante de uma queda de um primeiro andar, na centralidade do Kilamba, e faleceu, no dia seguinte, às 6 horas e 40 minutos.
Adiantou que a criança só foi atendida uma hora e 38 minutos depois de ter dado entrada, quando, para um caso de emergência grave, os protocolos vigentes recomendam atendimento médico imediato.
Indicou que face à gravidade do caso, o Ministério da Saúde decidiu criar uma comissão de inquérito para apuramento dos factos e pela suspensão preventiva da equipa de serviço, a instauração do competente processo disciplinar e a responsabilização administrativa, caso se imponha.
O Ministério da Saúde reafirma o compromisso de zelar pelos mais altos padrões de responsabilidade e humanização no atendimento de todos os que acorram às suas instalações, consciente de que o bem vida é inalienável e a sua salvaguarda deve merecer toda a atenção e prioridade dos profissionais de saúde.
Na oportunidade, o ministério manifestou sentidos pêsames à família enlutada, notando que tudo fará para esclarecer as circunstâncias em que o infausto acontecimento ocorreu, colaborando com o Serviço de Investigação Criminal e a Procuradoria-geral da República para o esclarecimento do caso.
De acordo com o inspector-geral da Saúde, Solino joel, estão suspensos 25 elementos, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e três membros da equipa de segurança privada, por suspeita de envolvimento num caso de negligência médica.
Solino Joel disse que o Ministério da Saúde indicou uma equipa para o esclarecimento e apuramento do caso, cuja investigação conta com o envolvimento de membros da Saúde, do Serviço de Investigação Criminal (SIC), da direcção do Hospital, do Serviço de Humanização do Ministério e da Direcção da Inspecção da Saúde.
Em relação ao tempo do inquérito, revelou que a comissão indicada trabalha para terminar a investigação em até dez dias úteis, sendo depois os dados remetidos ao Ministério da Saúde e outros órgãos competentes, como a Procuradoria-Geral da República, a Ordem dos Médicos e a dos Enfermeiros, para o devido tratamento.