Janeiro 11, 2025

A população da comuna do Mawé, no município do Calai, província do Cuando Cubango vive, há quase um mês, atormentada por leões que frequentam as zonas de residências da localidade Tchixa do outro lado do rio Cuito.

Segundos os habitantes daquela circunscrição, a presença dos leões começou a  fazer-se sentir primeiro pelos rugidos que eram ouvidos de longe, principalmente, às noites,  mas nos últimos tempos começaram a notar pegadas dos felinos próximas das residências e dos currais dos bois.

Paulo Mussengue, morador da comuna de  Mavengue afirma que na terça-feira, 25/07/2023, o mau presságio concretizou-se em infortúnio quando os felinos atacaram duas vacas, tendo  matado  e devorado  uma, e deixado a outra ferida. Naquele dia  noite caiu não só com o trauma da perda do animal, mas também com o pânico que  se instalou no seio da população do Mawé.

Nesta quarta-feira, 26/07/2023, os felinos voltaram a atacar, e na segunda intentona,  vitimaram o  jovem Alberto Kalunga, que com outras 4 pessoas  da aldeia, e dois cães,  deslocaram-se à mata para constatar o que havia restado das duas vacas atacadas pelos leãos, para o espanto do grupo, os leões estavam alí por perto debaixo de uma árvore, e quando viram o grupo de homens atacaram primeiro aos cães, e de seguida perseguiram as pessoas que fugiam despersos, e  foi naquele  instante que Alberto foi atacado.

O jovem de 35 anos de idade, que deixa viúva e 3 filhos, ainda lutou com a feira que o atacou, mas não resistiu as garras e presas do bicho,  e acabou ficando com ferimentos graves na zona do pescoço, facto que o causou morte  minutos depois do ataque.

O Director do Gabinete Províncial do Ambiente Resíduos Sólidos e Serviços Comunitários do Cuando Cubango, Júlio Bravo, trabalhou  toda a semana nos municípios de Mavinga e Rivungo onde também encontrou a problemática dos ataques de leões, que já devoraram duas vacas e deixaram as populações em pânico.

O Ambientalista ressaltou que os leões são animais  protegidos por convênções internacionais de que Angola é parte, e como os leões estão no seu habitat as populações devem adoptar formas de afugentar os animais sem perigar as  vidas dos felinos.

Além do Calai, os leões no Cuando Cubango, também já mataram pessoas  no município do Cuanguar, na comuna do Savate onde foram vítimas um caçador da etnia Khoisan, em Agosto de 2022, e no dia 24 de Outubro, deste mesmo ano, os felinos atacaram mortalmente, um homem de 52 anos de idade, que respondia pelo nome de Domingos Nguvulo, que vinha da lavra com seu irmão mais novo e se depararam com um leão a devorava o jumento da família, mas quando viu os dois homens atacou.

O conflito Homem VS Animal esta  cada vez mais evidente no Cuando Cubango. Matamos ou deixemos que eles nos acabem é a pergunta que não se quer calar nas comunidades.

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