Aos protestos que o Irão já vive, juntaram-se os dos familiares das centenas de raparigas alegadamente vítimas de envenenamento em escolas. Oficialmente, não há ainda indícios concretos sobre os autores, nem tão pouco sobre as substâncias utilizadas.
Desde novembro, foram assinalados episódios de intoxicação em, pelo menos, 52 estabelecimentos escolares para raparigas em todo o país, abrangendo mais de 400 alunas.
Pela primeira vez, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, veio pronunciar-se sobre o sucedido. O ayatollah declarou que, caso seja apurada a premeditação de ataques por envenenamento, os autores serão condenados à morte por “crimes imperdoáveis”.
Vários vídeos foram publicados por familiares de estudantes internadas de urgência com sintomas como dificuldades respiratórias, vómitos, fortes dores de cabeça, tonturas e mesmo paralisia.
A Organização Mundial de Saúde evocou ocorrências do mesmo tipo no Afeganistão, entre 2009 e 2012.
Tudo isto surge num contexto de protestos contra o governo depois da morte da jovem Mahsa Amini, enquanto estava à guarda da chamada “polícia da moralidade”.