Julho 27, 2024

O país tem, neste momento, em construção vários parques solares distribuídas em regiões Norte, Centro, Sul e Leste do país, que permitiram a electrificação de cerca de 125 localidades nas regiões do Sul e Leste.

Os projectos beneficiaram algumas delas de instalação de baterias para o armazenamento e entrega de energia eléctrica durante o período nocturno.

A informação é do presidente do Conselho de Administração do Instituto Regulador dos Serviços de Electricidade e Água (IRSEA).

Luís Mourão Garcês da Silva, na entrevista que concedeu ao Jornal de Economia & Finanças, da Edições Novembro E.P, fez saber que, no quadro das concessões com investimento privado foi também outorgada a concessão para construção e operação de uma Central Solar de 80 MWP na província da Huíla, na localidade da Quilemba, e que arranca na primeira fase com 35 MWp. Encontram-se em carteira e em fase de negociação outros investimentos para a construção e operação de Centrais Solares a incidir na região Sul do país com potências de pico num total superior a 500 MW. No quadro dos projectos estruturantes será fundamental a interligação dos sistemas de modo a permitir que esta capacidade a instalar de fonte solar possa ser injectada na rede nacional para melhor aproveitamento das potências instaladas dispersas pelo país.

Em relação aos grandes avanços no crescimento das energias renováveis em Angola, disse tratar-se de um processo já bem encaminhado e os indicadores de hoje identificam bem o crescimento e o caminho que se está a percorrer para ter-se uma matriz energética assegurada também por fontes renováveis.

“Em termos de fontes solares temos já instalado e em operação no nosso país cerca de 323.7 MWp com destaque para as Centrais Solares do Biopio/Benguela com capacidade instalada de 188 MWp, Baía Farta/Benguela com 96,7 MWp, Caraculo no Namibe com 25 MWp, a que se acresce pequenos sistemas solares dispersos e em operação num total de 14 MWp. Não podemos esquecer do nosso potencial hidroeléctrico que é também uma fonte renovável e que se completa com a utilização das fontes solares”, afirmou o gestor do IRSEA.


Capacidade instalada

Segundo Luís Mourão da Silva, Angola tem, actualmente, uma capacidade instalada e uma disponibilidade de energia produzida capaz de atender à demanda nacional, realidade que terá com a interligação da rede nacional, encontrando-se, hoje, já interligado o Sistema Norte com o Sistema Centro e com projectos já definidos a interligação do Sistema Norte ao Sistema Leste e o Sistema Centro ao Sistema Sul. Por isso, disse, os grandes desafios do sector passam por desenvolver a rede nacional de transmissão e a expansão da rede de distribuição, para fazer chegar a produção aos consumidores, mas, mesmo no campo da distribuição tem havido melhorias satisfatórias.

“Temos uma taxa de electrificação de (43 por cento) que pretendemos que atinja os (60 por cento) em 2025. Destaco aqui o facto de que nas zonas que são atendidas pela rede pública a nível nacional já não há tantas interrupções no fornecimento como antigamente, sendo o fornecimento nos dias de hoje bastante estável, de modo que na distribuição há satisfação para quem já beneficia da rede pública interligada, sendo ainda constrangedor o facto de reconhecermos que mais de (50 por cento) da população angolana não beneficia por não estar conectada à rede pública”, disse.

 
Papel do IRSEA

O papel que o IRSEA tem vindo desempenhar no âmbito da transição energética e na aposta das energias renováveis, é o de criar e estabelecer um quadro legal e regulatório específico para as energias renováveis, e foi com base no trabalho que tem sido desenvolvido pelo Regulador que em 2021 foi aprovado o Regulamento das Actividades de Produção, Transporte, Distribuição e Comercialização de Energia Eléctrica, através do Decreto Presidencial n.° 76/21, de 25 de Março, que institui um regime especial de Produção Vinculada Renovável de Energia Eléctrica (aplicável a fontes exclusivamente renováveis). Este Regulamento prevê também a elaboração de um Regulamento de Produção Vinculada Renovável, ou seja, com base no regime criado por este, terá que ser aprovado um regulamento específico para a Produção Vinculada Renovável. Iremos brevemente iniciar a elaboração deste projecto de regulamento. Ainda em 2021, foi também aprovado o Regulamento da Produção Independente de Energia Eléctrica, através do Decreto Presidencial.

JA

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